Família Saúde

A aventura de viajar com crianças pequenas

Pediatra recomenda cuidados e mamães contam suas experiências

Planejamento é a palavra-chave para viajar com crianças. De acordo com o Dr.Tadeu Fernando Fernandes, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é importante consultar o pediatra antes da viagem para que ele possa avaliar as condições de saúde e liberar o pequeno para o passeio.

– Os impedimentos são com a própria criança. Se estiver febril ou doentinha é melhor evitar a viagem – afirma.

Estando tudo certo, é só planejar direitinho. No caso de viagens feitas em carro, o médico recomenda distâncias pequenas, paradas frequentes para alimentação e necessidades fisiológicas, e preferência pelos períodos da manhã e da noite, para evitar o calor do meio-dia.

Segundo ele, para cada idade há uma recomendação:

– Bebês devem ficar com a mãe no banco de trás. Para as crianças maiores, é bom levar algo para distrair como DVDs e jogos.

E lembra que é importante ter sempre à mão os medicamentos receitados pelo pediatra, além de protetor solar e muito líquido:

– Crianças que tem cinetose, ou seja, vômitos e náuseas com movimentos, devem tomar o medicamento que o pediatra receitar. É sempre útil levar o antitérmico e analgésico que a criança está acostumada e uma garrafa de soro oral para casos de vômitos ou diarreia. Uma pomada para picada de insetos e outra para assadura também são itens indispensáveis.

No caso de viagens de avião, o médico faz uma orientação:

– A qualquer idade, bebês devem estar sugando o leite materno ou a mamadeira na decolagem e no pouso. Já os maiores devem mascar chiclete, para aliviar a pressão no ouvido médio.

E como é na prática?

Gabriela Lopes, mãe de Antônio, hoje com 10 meses, foi preparada para uma verdadeira guerra na primeira viagem de avião com seu bebê, que na época tinha 6 meses.

– Nossa viagem não era pequena: 24 horas de duração entre nove horas de voo consecutivas e mais todas as paradas em três aeroportos diferentes. Será que estaria preparada para essa aventura? Quantas fraldas levar? Roupas? Remédios? E a famosa dor de ouvido? Será que ele vai dormir no voo? – lembra.

Depois de muita pesquisa, ida ao pediatra e dicas preciosas atreladas a relatos de sucesso (e outras nem tanto), era hora de fazer as malas.

– Espalhei saquinhos de plástico com conjuntinhos de roupa completo para cada hora de viagem, fraldas sem fim em cada bolsinho, mamadeiras (mesmo sem ele nunca ter utilizado uma sequer antes), remédio para, no mínimo, 15 dias. Ansiosa e exagerada por natureza, eu estava uma pilha de nervos. Resultado, só a ida para o aeroporto foi uma viagem. Precisamos de dois carros para carregar quatro malas para despachar, três de mão, um carrinho, um bebê conforto, um travesseiro e uma família pronta para enfrentar todos os problemas que poderiam surgir. Quando a porta do avião fechou, pensei comigo mesma: “Agora não tem volta! Respira fundo e te joga!” E realmente foi o que aconteceu -, conta.

E Gabriela não tem do que reclamar. Antonio dormiu durante as nove horas de voo, não teve dores no ouvido e não usou nem metade das roupas e fraldas que a mão levou.

– Não me arrependo de ter levado tanto coisa – já não posso dizer que esta seja a opinião do meu marido – pois elas foram úteis para amenizar minha insegurança -, garante.

Clique e confira o relato completo da primeira viagem de Antônio

A professora Gileade Godoi não se intimidou ao viajar com seu filho Caio, pela primeira vez, aos 9 meses de idade. Segundo ela, informação foi fundamental para sua tranquilidade. A preocupação inicial foi com relação às papinhas.

– Levei algumas, mas não podia viajar com um estoque para 10, 12 dias. Então, a primeira coisa que fiz, foi uma viagem virtual pelos supermercados próximos ao hotel onde ficaria. Vi que havia uma gama enorme de papinhas de diversas marcas, inclusive orgânicas. E também o biscoitinhos de bebês, que não esfarelam e evitam que engasguem. Estava no paraíso! Podia relaxar.

A professora aproveitou o tour para se certificar também dos tipos de fraldas que tinham e viu que poderia a mesma marca que usava aqui. Tudo preparado, mas ainda havia um voo para enfrentar.

– O pediatra estava em dia, bebê super saudável. Amamentei ou dei a chupeta durante a decolagem e o pouso e ele não reclamou em nenhum momento. Outra providência legal é solicitar um berço à empresa aérea, para a mamãe conseguir descansar ao menos um pouquinho nos voos longos. Só é preciso ficar atento ao tamanho e peso do bebê. O Caio usou pouquinho, mas pude descansar um pouco os braços quando precisei. Quando aterrissamos, recebi elogios de vários passageiros que me disseram que nem parecia haver um bebê ali. Mas devo confessar que o mérito é do meu filhote, que é bem calminho.

Confira o relato completo da primeira viagem de avião de Caio.

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