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Fase da birra

De um aos três anos, as crianças manifestam seus desejos e frustrações fazendo birra

 

A birra é um dos comportamentos infantis que mais causam preocupação e dúvida entre os pais. Esse comportamento pode acontecer em qualquer idade, mas a fase mais intensa acontece, geralmente, em crianças que tem entre um e três anos de idade, pois as crianças são mais dependentes.

Ao sentir-se frustrada diante de uma situação, a criança pequena pode chorar, espernear, se jogar no chão, gritar, bater, dar ponta pé, ficar muda, paralisada, morder e até mesmo agredir a si mesma, tudo isso na tentativa de chamar atenção, na tentativa de conseguir o que deseja.     Não é preciso dizer que atitudes assim causam constrangimento e, às vezes, irritação nos adultos envolvidos. Quem assiste cenas desse tipo, costuma pensar que a criança não tem limites, é sem educação e que umas boas palmadas resolveriam a “malcriação”.

Mas não é bem assim! A birra faz parte do desenvolvimento infantil e como toda fase precisa de atenção e cuidados. Especialistas afirmam que a birra é uma resposta emocional da criança a algo que a frustrou ou que ela pensa que vai frustrar, e essas explosões emocionais podem variar na intensidade e na frequência em que ocorrem.

Muitos pais, principalmente os de primeira viagem, podem sentir-se inseguros, sem saber o que fazer diante de situações desse tipo. As crianças reagem dessa forma porque não são maduras o suficiente para lidar com as frustrações do dia-a-dia, como ir embora de uma festa ou não poder comer determinado alimento como biscoito ou bala, por exemplo. Além disso, são extremamente dependentes e não conseguem externar através da fala suas insatisfações.

Mesmo sendo bem pequenas, as crianças nessa idade já começam a manifestar vontades próprias e desejam fazer as coisas com mais independência, do seu jeito e na sua hora. E é aí que mora o perigo. Para lidar com a birra é preciso conhecer bem seu filho, pois em algumas situações é possível se antecipar aos acontecimentos. O horário de comer e dormir, por exemplo, precisa ser (sempre que possível) respeitado. A maioria das crianças irrita-se quando não consegue satisfazer suas necessidades.

Mas sabemos que nem sempre é possível se antecipar e quando nos damos conta a birra já começou. Especialistas afirmam que é de extrema importância ter paciência e manter o controle. Além disso, seja acolhedor, identifique o que está acontecendo, descubra o que provocou a birra, mas não tente conversar com a criança quando a mesma estiver irritada. Analise cada situação individualmente. Dependendo da situação, o melhor a fazer é ignorá-la e deixar a conversa para depois, mas sempre converse sobre suas atitudes, nunca deixe de lado. Seja firme, não ceda aos apelos e mantenha sua palavra. Mas é sempre bom ponderar, às vezes é possível deixá-la brincar mais dez minutinhos, por exemplo. Distrair a criança também é uma boa alternativa, chame a atenção dela para outra coisa. E sempre dê bons exemplos, muitos pais costumam “fazer birra” irritando-se no trânsito ou em filas de banco, por exemplo. As crianças imitam facilmente o que veem.

Apesar de a birra fazer parte do desenvolvimento infantil é preciso encontrar o meio termo, a dose certa entre ceder e negar para que esses episódios não se tornem um hábito e, futuramente, venham a ser tornar um traço na personalidade do indivíduo.

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