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Deixar o trabalho para ficar com filho

Marcelle Almeida não achava certo ficar tantas horas longe de seu bebê

“Eu sempre trabalhei e não tinha planos de parar nunca. Eu gostava do meu último emprego, uma multinacional em que eu estava há 10 anos. Gostava do movimento, da diversidade de atividades, e estava sempre preocupada em crescer e aprender.

Casei, engravidei, tive o bebê e voltei a trabalhar depois da licença. Meu filho estava com 5 meses e ficava com minha sogra e uma babá, alternando os dias da semana. Eu pedia para anotarem tudo num caderno: o que ele comeu, que horas dormiu, pois era a forma de eu saber como ele tinha passado o dia, para identificar rápido o que ele estava sentido na hora em que eu chegasse do trabalho. Eu chegava com muita saudade e também, aos poucos, percebia que estava perdendo o controle. O caderno não bastava. Eu queria ter minhas próprias percepções, e não a dos outros, sobre o desenvolvimento do Arthur.

Ao mesmo tempo, comecei a me questionar se minhas atividades no trabalho estavam sendo tão importantes a ponto de valer a pena o sacrifício que eu estava fazendo. Eram 10 horas fora de casa! Era longe e tinha engarrafamento! Não, eu não achava isso certo! Então comecei a procurar outro emprego e me vi com mais uma tarefa difícil de completar, até que desanimei e assim veio a saída do emprego.

Fiquei triste porque perdi meu lado profissional, salário, benefícios e fiquei com medo de não encontrá-lo mais. Comecei a fazer cursos para retornar ao mercado de trabalho! Lia jornal, revista, até que 9 meses depois tive uma ideia que não saiu da minha cabeça e resolvi empreender.

Meu marido me apoiou e torce para que o negócio dê certo, porque na verdade ficamos muito melhores quando estamos realizando um trabalho que gostamos e somos valorizadas, principalmente se estamos por perto, acolhendo nossos filhos.
Fazer tudo sozinha é difícil! Não é tarefa fácil despachar para escola pensando na estratégia de posicionamento de mercado que você vai adotar no seu negócio. Você precisa estudar, conversar com pessoas, trocar experiências e parar para pensar! Isso! Pensar, simplesmente para ter a luz! E isso leva tempo. Por isso, a melhor coisa é aceitar ajuda e se organizar. Com um caderno de roteiro, checks-lists e crianças ocupadas, você consegue dar os primeiros passos!

Marcelle Almeida é a responsável pelo Bebê Cestas, um serviço de envio de cestas para maternidade

Para participar, mande seu texto para marta@quemcoruja.com.br ou fadua@quemcoruja.com.br. Sua história pode ajudar e inspirar muita gente.

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