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Diversão e educação

Peça “O reino dos mal educados” usa exemplos contrários para valorizar pessoas bem-educadas

Educação vem de berço, certo? E costuma ser assim porque as crianças aprendem e reproduzem os exemplos que recebem em casa, desde pequenininhas, na maioria das vezes com os próprios pais. É a partir dessa ideia que Mareliz Rodrigues escreveu a peça “O reino dos mal-educados”, que estreia neste sábado, 2, no Teatro dos Grandes Atores, na Barra. Para mostrar o quanto os adultos, sobretudo os pais, têm capacidade de influenciar os hábitos das crianças, o espetáculo traz vários exemplos nada admiráveis de comportamento, que são tidos como naturais em um reino onde falta educação.

– Trabalho com crianças desde que deixei de ser criança, e convivo com todo tipo de traquinagens. Também sou mãe de um menino de 8 anos. Algumas situações que aparecem na peça são muito comuns no nosso dia a dia. Filho que quer ficar mais tempo no parquinho; que se esconde da mãe em lugares públicos; que fala de boca cheia; que fica jogando e finge que não está ouvindo a gente chamar para tomar banho, para fazer lição, para jantar… Ufa! Minha ideia era mostrar para eles o outro lado da moeda de uma forma divertida, sem pressão, sem chatice – conta a autora, que admite a dificuldade do processo de educação. – Educar é a arte da repetição, e é uma tarefa muito séria. Falar todo dia a mesma coisa e dizer tantos “nãos” cansa e frustra muito. Com esse texto, queria dar uma “forcinha” para papais e mamães de plantão. Aqui em casa já funcionou. Várias vezes ao dia meu pequeno Arthur cita a peça quando se identifica. A gente se diverte e aprende junto.

O musical é estrelado por Nathalia Costa, que atualmente interpreta o espírito Bella, na novela Alto Astral, da TV Globo. No palco, situações que podem fazer as crianças se identificarem e refletirem, como o fato de não falar “por favor”, “com licença” e “obrigado”. A história se passa em um país governado pela desbocada Rainha Pimenta e seus filhos Peteleco e Sardinha, onde todos falam de boca cheia; desobedecem aos pais, e crescem aprendendo muitos outros maus exemplos. A situação só começa a mudar com a chegada de tio Bonzinho e suas sobrinhas, Amorosa e Docinho.

A primeira intenção é divertir, mas Mareliz acredita que a a montagem pode ajudar, sim, a valorizar a boa educação.

– A peça pode contribuir para a educação porque as crianças se divertem e se identificam o tempo todo. Claro que na peça tudo está mais exagerado, caricatural, mas os deslizes do dia a dia dos pequenos, e dos adultos, estão todos em cena. Em certo momento, um personagem diz “Cara, meu pai sabe furar fila como ninguém. Quando crescer quero ser igual a ele. Já estou treinando furar fila na cantina da escola”.

Serviço:
O Reino dos mal educados
Teatro dos Grandes Atores -i Barra Square. Avenida das Américas 3.5555, Barra da Tijuca.
Sábados e domingos, às 17h.
Até 31/5
Ingresso: R$ 50

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