Cia. REC faz temporada gratuita de “Pé de vento cabeça no chão” em áreas ao ar livre
O espetáculo de dança “Pé de vento cabeça no chão”, da Cia. REC, fará uma série de apresentações gratuitas ao ar livre. As primeiras apresentações acontecem neste fim de semana, 21 e 22 de novembro, às 10h, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Este é o primeiro espetáculo infantojuvenil da companhia, criada em 2009 pela coreógrafa Alice Ripoll.
– Ao longo de cinco anos, criei três espetáculos adultos com a Cia REC (“Cornaca”, “Katana” e “Bô”). Mesmo não sendo voltados para crianças, pude observar que elas se identificam com os trabalhos. Por isso, veio o desejo de dedicar a nova criação especialmente para este público.Além disso, na minha trajetória observo que ainda há um público restrito para a dança contemporânea, poucas pessoas têm o hábito de assistir. Por isso acredito que seja importante investir na formação deste público, gerar o interesse pela dança desde a infância, que será o público adulto do futuro – conta Alice.
Exemplos do cotidiano das crianças, como a hora de dormir, as brincadeiras e as brigas, são mostrados no espetáculo.
– Sentimos uma liberdade maior para brincar e buscar realmente acreditar na fantasia que estamos propondo, pois acreditamos que isto se comunica com as crianças. Investimos numa comunicação mais direta com o público, nos dirigindo para ele com o olhar e fala mais diretamente. Usamos também mais as expressos faciais sem medo de exagerar, nos aproximando de um universo mais lúdico, de personagens de cartoons, por exemplo – explica a coreógrafa.
E encenar um espetáculo infantojuvenil não é a única novidade para a companhia. Será a primeira vez da REC em apresentações ao ar livre.
– Assim como a criação de um trabalho para o público infantil é uma novidade para mim, a apresentação ao ar livre também é. Trata-se de uma relação muito diferente com o espaço, com o público e com a cidade do que quando apresentamos no teatro. Além do desafio, uma das razões para a escolha de fazer na rua é a tentativa de ampliar o nosso público, chegar até pessoas que não tem o hábito de ir até o teatro, promovendo o encontro não planejado entre a dança e público – avalia Alice.
