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Como se fosse a primeira vez

Dez anos depois da primeira filha, Andréa Rodrigues curte a chegada de Bernardo

Leia abaixo o relato da pedagoga Andréa Rodrigues. Este mês, ela comemora 10 anos da filha, Letícia, que “ganhou de presente” o irmão tão desejado.

“O Bernardo, além, de muito desejado, foi um filho planejado. A Letícia veio mais no susto. Apesar da minha intenção de engravidar naquela época, fiquei grávida tão rápido que acho que eu e meu marido não estávamos preparados para aquilo. Com o Bernardo foi o contrário. A Lelê nos cobrava muito um irmãozinho, dizia que se sentia só. E nós sempre quisemos ter outro filho, mas acho que, sem perceber, deixamos passar tempo demais.

Há dois anos, decidi parar de tomar remédio. Demorei a engravidar, depois tive um aborto espontâneo. Então, o Bernardo, hoje, vem como uma benção mesmo. Meu sentimento é de muita gratidão, de mais uma oportunidade de ter um filho. E o fato de ter passado tanto tempo depois da Lelê, eu sinto como se fosse a primeira vez. Dez anos separam eles, e, com a Lelê, eu tive o total apoio dos meus pais, principalmente da minha mãe, que me ajudou muito. O primeiro mês de vida da minha filha eu passei todo na casa deles. Dormia e acordava lá. Tinha sempre alguém comigo para me ajudar a cuidar da Lelê. No mês seguinte, fui para a casa da minha sogra. Foram dois meses em que tive muito suporte para cuidar da Letícia. Se ela chorasse, se sentisse alguma coisa, tinha sempre alguém para me ajudar.

Hoje, não tenho a disponibilidade nem da minha mãe nem da minha sogra. Além disso, eu mesma quis viver esta experiência sozinha. Desde que eu descobri que estava grávida, pensei em viver esta experiência aqui em casa, eu, meu marido e minha filha. Queria que nós quatro curtíssemos este momento. Mas confesso que esta decisão me causou muita angústia depois do nascimento do Bê. No hospital, comecei a pensar como ia ser, se eu ia conseguir fazer as coisas, se eu ainda sabia trocar fralda, cuidar do umbigo, se ia conseguir entender o choro dele… Acho que é um medo natural de todas as mães. E eu me sinto mãe de primeira viagem novamente. Acho que é normal isso. É um misto de muita alegria, muita gratidão, mas muito medo também. Meu choro nos primeiros dias ao lado do Bernardo era de alegria e medo, gratidão e medo. Senti muito medo mesmo.

Bernardo é uma criança calma, tranquila, mama bem, mas é muito pequenininho, recém-nascido, e isso me causa uma aflição que, gradativamente vai diminuindo. Ele está com 13 dias, e, se pararmos para pensar, o que são 13 dias? Mas é uma convivência intensa que estamos tendo. Estou para ele 24 horas por dia. Meu marido e minha filha me ajudam muito, mas grande parte do dia somos nós dois. E, a cada dia que passa, essa relação vai se fortalecendo ainda mais”.

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