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Inchaço nas pernas

Pernas inchadas na gravidez? Conheça causas, riscos e cuidados   

O inchaço nas pernas e nos pés é um dos desconfortos da gravidez. Isso acontece por conta da retenção de líquidos, e o calor desta época do ano piora a situação.

– As gestantes, especialmente as que estão no final do segundo trimestre, costumam reclamar muito que suas pernas estão mais pesadas e que alguns calçados estão apertando os pés. Esses desconfortos acontecem principalmente em períodos de calor intenso. Isso acontece pela retenção de líquidos (normal da gravidez), devido a alterações de alguns níveis hormonais, provocando a dilatação dos vasos sanguíneos e facilitando a passagem de líquidos do interior para fora do sistema circulatório. É comum também o crescimento progressivo do útero que, para acompanhar o crescimento do feto, comprime os vasos localizados na região pélvica e prejudica o retorno do sangue que está nas pernas, contribuindo para o edema – explica Breno Caiafa, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro.

Segundo ele, o inchaço nos membros inferiores é muito comum em gestantes:

– É bastante comum mulheres terem inchaços na gestação, o que chamamos de edema. Eles ocorrem principalmente nos membros inferiores, no início do sétimo mês de gestação. O inchaço nos pés e tornozelos costuma ir piorando ao longo do dia. Pela manhã ainda não há muito acúmulo de líquido nos pés, porque dormimos na horizontal durante a noite. Mas ao fim do dia, se pressionar a pele do tornozelo, é possível que ela já não volte rapidamente para o lugar e forme uma depressão na pele – que é a marca registrada do inchaço. O calor favorece acúmulo de líquidos e, normalmente, quem tem bebê no fim do verão acaba tendo mais inchaços do que quem chega ao fim da gravidez no inverno.

O inchaço pode vir acompanhado de dor, mas tudo deve ser comunicado ao obstetra que faz o pré-natal. O próprio edema tem que ser do conhecimento do médico. Alguns casos merecem investigação e cuidados redobrados.

– Os edemas (inchaços) podem vir acompanhados de dor nas pernas, principalmente em mulheres que já têm uma doença vascular prévia (como as varizes dos membros inferiores), o que aumenta o desconforto e a sensação de peso nas pernas já comum dos inchaços. O sedentarismo e a suspensão de atividades físicas previamente realizadas, também podem agravar esses sinais e sintomas. Porém, se o inchaço for súbito de um dia para o outro, ou ainda de uma hora para outra, nas pernas e nos pés (especialmente quando surge somente de um lado), pode ser um problema sério como trombose venosa profunda e até mesmo uma pré-eclâmpsia – que é o aumento da pressão arterial na gestação, podendo colocar a vida da gestante e do bebê em risco. Em alguns casos, podem ser necessários exames para pesquisa do inchaço, como de sangue, aferição da pressão, ultrassonografia abdominal ou Ecodoppler colorido dos membros inferiores. Qualquer sinal como o descrito, é bom procurar um especialista para orientação – avalia o médico.

As varizes também tendem a piorar durante a gestação. Mulheres que engravidam já sendo portadoras de varizes podem sentir mais dores. O acompanhamento médico também é importante.

– O agravamento ou desenvolvimento de varizes na gestação ocorre em consequência dos fatores próprios da gestação. É no último trimestre que o edema e os sintomas de dores nos membros inferiores são mais frequentes, podendo ocasionar algumas complicações como a trombose venosa profunda ou tromboflebites superficiais – diz Breno Caiafa.

Para diminuir o desconforto e riscos causados pelos edemas, o angiologista recomenda exercícios físicos e dieta com pouco sal e bastante água. O uso de roupas e calçados confortáveis também ajuda.

– A prática de exercícios físicos ajuda a fortalecer a musculatura das pernas e tornar a gestação mais saudável, sendo uma atitude recomendável para evitar o edema e dores nas pernas nesse momento da maternidade. Sugestões como caminhadas, natação, hidroginástica, pilates ou bicicleta ergométrica são recomendadas. Lembrando que deve-se adequar ao período gestacional e ao condicionamento físico prévio, sempre supervisionado por um profissional de Educação Física. Evitar o ganho exagerado de peso, manter dieta com baixa ingestão de sal e tomar bastante água são medidas importantes. Procurar não usar roupas e sapatos apertados, não ficar de pé por muito tempo (sentando periodicamente ), deitar com as pernas elevadas e repousar deitada de lado, são as melhores formas de diminuir o inchaço. Outra dica que ajuda é a massagem de drenagem linfática uma vez por semana, pois ajuda a aliviar o edema – recomenda Breno Caiafa.

E não pense que com o nascimento do bebê tudo melhora como num passe de mágica. Não é raro o inchaço aparecer após o parto.

– No final da gravidez, pode ser necessário comprar um par de sapatos novos, levando esse sapato maior para a maternidade, porque o inchaço pode até piorar depois do parto e logo nos primeiros dias após o nascimento do bebê. O uso de meias elásticas pode ser aconselhado por um angiologista ou cirurgião vascular, devendo ser usada desde o momento em que a grávida acorda até o final do dia. As meias de compressão comprimem a musculatura das pernas e melhoram a drenagem, evitando o edema e as dores nos membros inferiores – explica o especialista.

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