Educação

Indisciplina é problema sério

Família e escola têm responsabilidades e devem trabalhar juntas para evitar esse tipo de comportamento

 

A indisciplina está presente na maioria das escolas brasileiras. E esse é um problema que causa enorme preocupação nos pais e nos profissionais da educação. O tipo de indisciplina mais grave, com certeza, é aquele que envolve violência e agressão física, mas existe ainda o vandalismo, o desrespeito, principalmente com o professor, e o não cumprimento das normas estabelecidas pela escola.

Sabemos que as escolas públicas são as que mais sofrem com essa realidade, mas as escolas particulares também precisam lidar com alunos cada vez mais indisciplinados. lo. Mas ao invés disso, o que acontece, na maioria das vezes, é um jogo de empurra onde as duas instituições responsabilizam uma a outra. As causas da indisciplina são as mais variadas. No âmbito familiar, os modelos de comportamento adquiridos, a violência doméstica, o alcoolismo, a pobreza, a permissividade, a inversão de valores e a superproteção legitimam a indisciplina. Por outro lado, escolas despreparadas, professores desatualizados e autoritários, pouco espaço para recreação e práticas de esportes, aulas repetitivas e desinteressantes podem reforçar essa conduta no âmbito escolar.

Alguns alunos indisciplinados querem apenas ser ouvidos e compartilhar com o mundo seus pensamentos e ideias, mas sem orientação e apoio adequados acabam extrapolando nas ações e perdem o rumo. Outros, por sua vez, querem apenas transgredir regras e testar os limites de seus familiares e professores. Enfrentar a indisciplina não é tarefa fácil, mas é extremamente necessário. Precisamos ir além dos efeitos causados e chegar à raiz do problema.

A participação da família e da escola é essencial, porque a indisciplina escolar não é um problema isolado, só da família, só da escola ou só do aluno. Esse é um problema de todos. A indisciplina cresce à medida que valores como o respeito, o amor, a generosidade e a tolerância vêm sendo ignorados pela nossa sociedade. É preciso formar cidadãos éticos e comprometidos com toda a comunidade (escola, família, igreja, comércio). Por outro lado, a criança e o jovem precisam se sentir aceitos e respeitados, só assim poderão ser cobrado por suas atitudes.

Para o educador e psiquiatra Içami Tiba, não basta “punir” o aluno indisciplinado, é necessário reeducá-lo para evitar que o problema volte a acontecer. É preciso estabelecer a cidadania escolar. Se o aluno quebrou, precisa consertar, não apenas pagar pelo conserto. Se machucou alguém, precisa acompanhá-lo no hospital ou na enfermaria para cuidar do ferimento. Se sujou, precisa limpar. Se usou, precisa guardar. É importante que os alunos se envolvam com as questões da escola. Essas parecem atitudes simples, mas nem sempre é assim que funciona.

O educador afirma ainda que a falta de disciplina atrapalhou a vida das pessoas porque confundiram isso com liberdade. A disciplina é um ingrediente da liberdade. Não há meio-termo. Para ter esta disciplina é necessário se voltar para a saúde social e não apenas para o bem-estar pessoal. E essa é a disciplina da civilidade, a que caracteriza o cidadão. Os alunos precisam saber que têm direitos, mas não podem se esquecer que também possuem deveres a ser cumpridos.

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