Alimentação Coruja

Maus hábitos alimentares e o câncer

Nutricionista explica como melhorar a dieta para reduzir o risco para a doença

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, 80% dos casos da doença estão relacionados aos fatores ambientais. No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade pela doença. O consumo de alimentos in natura é cada vez menor e vem sendo substituído pelos processados e ultraprocessados, o que evidencia o consumo elevado de alimentos super calóricos, ricos em gorduras, nitritos, nitratos e preservados com sal, que são fatores de risco, explica a nutricionista Larissa Cohen. Associa-se a este hábito um menor consumo de frutas, vegetais e cereais integrais, que são fatores de proteção. O resultado é uma dieta de risco para desenvolvimento de câncer. E isso vale também para a alimentação das crianças.

– É necessário evitar sempre as substâncias químicas que não fazem parte da alimentação humana e que são estranhas ao organismo, como os aditivos químicos que estão em produtos industrializados representados por realçadores de sabor (como glutamato monossódico), conservantes, corantes artificiais (vermelho bordeaux, amarelo crepúsculo, azul brilhante, corante caramelo, carmim ou cochonilha), adoçantes (acessulfame K, sacarina, ciclamato, sucralose) e estabilizantes (citrato de sódio) – alerta a nutricionista.

Quanto menos industrializados as crianças comerem, menos toxinas vão ingerir. Como a obesidade também é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer, é preciso ficar atento para o excesso de açúcares, gordura e sal.

– A questão da falta de fibras nos industrializados também é relevante, pois leva ao mal funcionamento intestinal (prisão de ventre), o que prejudica saúde e qualidade de vida – lembra.

Os melhores alimentos sempre serão os mais naturais possíveis: frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e preparações caseiras com ingredientes saudáveis (biscoitos, bolos, pães).

– Nenhum alimento deve ser proibido, mas a maior frequência de consumo deve ser dos alimentos naturais.

Entre os antioxidantes que têm recebido maior atenção por sua ação benéfica ao organismo estão os carotenoides, vitaminas C e E, selênio e flavonoides. O Licopeno (presente no tomate, pitanga, mamão e goiaba) aparece como um dos antioxidantes mais potentes.

– As principais fontes de carotenoides são mamão, cenoura, abóbora, laranja. Espinafre e couve são ricos em luteína e zeaxantina. Como fonte de vitamina C, existem acerola, caju, goiaba, morango e folhosos verde escuros. Óleos de sementes, nozes, amêndoas e grãos integrais são fontes de vitamina E (alfatocoferol) – orienta.

Já o selênio pode ser encontrado na castanha-do-Brasil, carnes em geral, ovos, leite, alho, brócolis, couves, repolho e alguns cogumelos. Os flavonóides estão presentes em frutas vermelhas, brócolis, espinafre, chocolate amargo, linhaça, cebola, chás preto, branco e verde.

Os alimentos orgânicos são sempre mais saudáveis, mas certifique-se de que o produto tenha o selo “Produto Orgânico Brasil”. No caso de compra direta de agricultores familiares que vendem sem certificação, o consumidor deve pedir o documento que comprove o cadastro de produtor orgânico.

– O ideal é variar o tipo de proteína da alimentação (carne, peixe, ovo, frango, carne de peru), assim é minimizado o risco de possíveis substâncias químicas presentes nelas, principalmente, antibióticos. E com relação a frutas e hortaliças, não se deve deixar de consumi-las por não serem orgânicas – recomenda a nutricionista.

Cinco vilões da saúde:

1 – Fast foods: são ricos em gordura saturada, gordura trans, açúcar, aditivos químicos. Seu consumo frequente, além de contribuir para o desenvolvimento de obesidade, provoca no organismo diversos processos inflamatórios que contribuem a longo prazo para o desenvolvimento do câncer.

2 – Bebidas açucaradas como sucos de caixinha, sucos em pó, sucos concentrados, refrigerantes, guaranás: possuem muito açúcar refinado, corantes e conservantes e altos níveis dessas substâncias no organismo elevam o risco para o desenvolvimento de câncer.

3 – Biscoitos recheados e biscoitos salgadinhos: são ricos em gorduras trans, farinha refinada, açúcar refinado, aditivos químicos. Também aumentam processos inflamatórios levando à obesidade e a longo prazo contribuem junto com outros fatores ao desenvolvimento de câncer.

4 – Alimentos muito coloridos (chocolates revestidos, iogurtes coloridos, balas, gelatinas coloridas, sucos artificiais):  esses alimentos atraem os pequenos pela cor e sabor extremamente doce. São ricos em açúcares e em muitos tipos de aditivos químicos, principalmente corantes, dos quais, muitos ainda liberados no Brasil, tem potencial cancerígeno.

5 – Carnes processadas: Frios e embutidos (mesmo o peito de peru), que levam em suas fórmulas conservantes químicos, como os nitritos e nitratos, não devem estar presentes na dieta. No organismo, elas podem se converter em agentes cancerígenos como as nitrosaminas, atingindo principalmente o esôfago e o intestino. As carnes defumadas, assim como o churrasco, precisam ser evitados devido à concentração de alcatrão nesses alimentos, um elemento com potencial cancerígeno.

Cinco amigos da saúde:

1 – Frutas (principalmente as vermelhas e alaranjadas): o ideal é comer a fruta, pois delas extraímos vitaminas, minerais, antioxidantes, fibras, água. Os sucos devem ser naturais, mas não precisam estar presentes em grande quantidade na vida dos pequenos, lembrando que a frutose (açúcar da fruta) em excesso, junto à outros fatores, também pode ser causa de obesidade. E nunca devemos adoçar os sucos, devemos nos acostumar desde bebês ao sabor natural dos alimentos.

2 – Verduras: as mais escuras como brócolis e couve são ricas em fibras que melhoram função do intestino, tornando o organismo mais saudável e ricas em muito antioxidantes que previnem o câncer e uma série de doenças.

3 – Cereais integrais (arroz integral, aveia): ricos em fibras, vitaminas e minerais e levam ao bom funcionamento geral do organismo.

4 – Alimentos orgânicos: são livres de agrotóxicos, considerados substâncias químicas que o organismo não reconhece. Mas atenção: caso a pessoa não tenha chance de comprar orgânicos, vale a pena consumir as frutas e hortaliças não orgânicas de qualquer forma, pois os antioxidantes e fitoquímicos naturais desses alimentos auxiliam no combate aos malefícios provenientes dos agrotóxicos.

5 – Água: fundamental para “lavar” o organismo e mandar as impurezas para fora via urina, fezes e suor. A água é fundamental para o bom funcionamento do corpo, prevenindo o câncer e outras doenças.

RECEITA DE CUPCAKE FUNCIONAL

2 bananas prata maduras
1 xícara de chá de aveia
½  xícara de chá de açúcar demerara
½ xícara de chá de óleo de coco
Opcional: 1 xícara de chá de castanha do pará
1 xícara de chá de uva-passa
2 ovos
1 colher de sopa de canela
1 colher de sopa de fermento em pó
Opcional: farinha de linhaça e chia (1 colher de sopa de cada)

Bater tudo no liquidificador, exceto as uvas passas. Deixe-as para misturar no final. Leve ao forno a 180 graus por 25-30 minutos.
Esse é um excelente lanchinho que pode ser acompanhado com 1 copinho de água de coco natural ou limonada.

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