O consumo de açúcar deve ser moderado desde a infância
Nada em excesso faz bem ao organismo. E quando se trata de açúcar na alimentação das crianças, a quantidade deve ser a mínima possível.
– O consumo excessivo de açúcar, especialmente na forma líquida (excesso de sucos, néctar de frutas, refrescos e outras bebidas adocicadas) está relacionado a problemas a curto e longo prazo. Entre as complicações de curto prazo, podemos encontrar as cáries dentárias e a inadequação nutricional, uma vez que se oferecido em excesso a lactentes pode substituir o leite materno ou a fórmula infantil, além de levar a uma menor ingestão de cálcio, ferro e vitamina A em crianças maiores. As bebidas açucaradas não promovem a saciedade comparado ao equivalente na forma sólida, levando a maior ingestão de calorias. A longo prazo o excesso de açúcar contribui para a obesidade, doença cardiovascular e diabetes tipo 2 e queixas gastrointestinais – explica a médica Jocemara Gurmini, membro do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Controlar a ingestão de açúcar é a melhor forma de evitar os problemas citados. E não se trata apenas de proibir balas ou outros doces, mas limitar também o consumo de carboidratos simples, como macarrão. Jocemara recomenda dar preferência a alimentos integrais e lembra que a alimentação não deve ser apenas de carboidratos mas uma combinação entre carboidratos, proteínas e gorduras em proporções adequadas.
O açúcar presente nas frutas é importante. Ainda assim, quando se trata de alimentação saudável, moderação é a palavra-chave desde a infância.
– Deve-se dar preferência as frutas ao invés de oferecer sucos, uma vez que para fazer um suco natural a quantidade da fruta é maior. O consumo de fruta deve ser diário, sem exageros e atendendo as porções para a faixa etária – lembra Jocemara.
O uso de adoçantes deve ser de conhecimento do pediatra que acompanha a criança, pois cada caso é um caso.
– Apesar de não existirem evidências científicas até o momento de que os adoçantes são prejudiciais à saúde da criança, eles não são recomendados de rotina. O ideal é ensinar a criança a se alimentar de forma adequada, sem exageros quanto aos carboidratos – orienta a médica.
Confira, na tabela abaixo, a quantidade de açúcar recomendado em cada faixa etária, segundo o Comitê de Nutrição da Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição (ESPGHAN).