Do teste da orelhinha até a atenção ao uso de fones de ouvidos
A audição é importante para o bom desenvolvimento cognitivo e da fala. Daí a necessidade de investigar e acompanhar desde muito cedo a audição dos pequenos. De acordo com o otorrino Wallace Nascimento, do Hospital Adventista Silvestre, para isso, após o nascimento, toda criança deve fazer o Teste da orelhinha, também chamado de ‘Emissões otoacústicas’.
– Em caso de alteração no resultado, a criança será avaliada por um otorrino para investigação e tratamento o mais precocemente possível. Estando o Teste da Orelhinha normal e a criança apresentando um bom desenvolvimento cognitivo e da fala, ela deverá passar por nova avaliação auditiva antes de entrar na escola e anualmente durante sua vida escolar – orienta.
O tratamento de problemas congênitos, ou seja, existentes desde o nascimento, e que são na maioria diagnosticados no Teste da Orelhinha, possibilita o retorno à audição normal, afirma o médico.
– O mesmo acontece com outros distúrbios adquiridos na infância, como nos quadros após infecções ou otites não tratadas. O aumento da adenoide também pode levar a um tipo de otite e alteração na audição das crianças. Mas com o tratamento adequado, tudo volta ao normal.
Segundo ele, merece atenção especial e visitas mais regulares ao otorrino os casos em que há histórico familiar de perda de audição infantil permanente.
Desatenção, queda no rendimento escolar, aumento no volume da televisão e alterações na fala com trocas de letras e fonemas, por exemplo, devem ser considerados como sinais de alerta para os pais para um eventual problema auditivo nos filhos.
Com as crianças inseridas nas novas tecnologias cada vez mais cedo, os pais devem estar atentos também à exposição a ruídos muito elevados e ao uso dos fones de ouvidos por longos períodos com volume elevado, lembra o médico.
– Um cuidado especial deve ser tomado nos meios de transporte, como ônibus e trens, onde o barulho tende a forçar o aumento do volume nos fones, aumentando assim o risco dos danos à saúde auditiva -, alerta.
Nesta época de festas julinas, o cuidado maior é com os artefatos explosivos, como os fogos e bombinhas que atraem as crianças e têm risco potencial de trauma auditivo. O importante é evitar os abusos e procurar um otorrino anualmente para consulta de rotina, garante o médico.