Coruja Saúde

Diabetes na infância

Endocrinologista destaca a importância da informação sobre diabetes 

De acordo com a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), há um milhão de crianças portadoras da doença no Brasil. São crianças que precisam de cuidados, sim, mas que também podem brincar e praticar esportes.

– As crianças diabéticas têm uma vida praticamente normal. Elas podem e devem participar de todas as brincadeiras e esportes, assim como os seus coleguinhas. Existe ainda muita desinformação e mitos em relação à doença, e a informação é a principal chave nesses casos. A criança diabética deve ter uma alimentação de acordo com o planejamento de um nutricionista e fazer a monitorização da sua glicose várias vezes ao dia. As pessoas de maior convívio com a criança (família, escola e amigos) devem ser informadas de que a criança é diabética. Isso permitirá que estejam atentas em relação sobretudo a casos de hipoglicemia – afirma o endocrinologista Daniel Benchimol, especialista em diabetes em mulheres e crianças.

Veja outros esclarecimentos do médico sobre diabetes infantil:

Quem Coruja – Há diferentes tipos de diabetes. Existe um que seja mais comum em crianças?
Daniel Benchimol – Sim, existem basicamente dois tipos de diabetes: Diabetes tipo 1 – Deve-se a um processo autoimune no qual as células pancreáticas produtoras de insulina são destruídas por anticorpos produzidos pelo próprio corpo; pode estar associada a outras doenças autoimunes tais como hipotiroidismo, doença celíaca, psoríase e vitiligo. Diabetes tipo 2 – Está relacionada à predisposição genética e à síndrome metabólica (obesidade, hipertensão e aumento do colesterol). Praticamente todos os casos de diabetes na infância são do tipo 1. Excepcionalmente, existem casos de diabetes tipo 2 na infância.

Quem Coruja – Há diferenças nas formas da doença em crianças e adultos? E de tratamentos?
Daniel Benchimol – Sim, as crianças geralmente não são obesas enquanto nos adultos ela está associada ao excesso de peso e ao estilo de vida inadequado. Em relação aos tratamentos, no tipo 1 (infantil) ele é feito com o uso obrigatório da insulina além de medição frequente da glicose através dos testes de ponta de dedo (glicemia capilar). Já no adulto, além do controle do diabetes, devem ser também tratados outros fatores de risco cardíaco, tais como obesidade, hipertensão, dislipidemia, sedentarismo e tabagismo.

Quem Coruja – Em alguns casos, o diabetes pode aparecer na vida adulta. Crianças com histórico de diabetes na família estão mais propensas a ter a doença na fase adulta? Há alguma maneira de prevenir o diabetes?
Daniel Benchimol – Sim, combatendo-se e evitando-se a obesidade. Como dito anteriormente, no diabetes tipo 1, por se tratar de uma doença autoimune, não há uma forma de prevenção. Já no diabetes tipo 2 a principal questão é evitar a obesidade. Atualmente, no caso de diabetes tipo 1, podem ser acompanhados os níveis de anticorpos circulante contra o pâncreas. Isso evita que as crianças iniciem o diabetes com casos graves.

Quem Coruja – Quais são os principais sintomas de diabetes na infância? O diagnóstico é feito pelo próprio pediatra? A que os pais devem estar atentos?
Daniel Benchimol – Os principais sintomas são emagrecimento (com significativa perda de peso), polidipsia (aumento de sede), poliuria (urinar em excesso) e nictúria (urinar durante a noite) e os pais devem estar atentos a esses sinais. O médico pediatra é o primeiro a fazer o diagnóstico, e o tratamento deve ser feito, preferencialmente, por um equipe multiprofissional.

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