Otite é muito comum em bebês. Saiba o que é e quais cuidados podem ser tomados
Febre, irritabilidade e até falta de apetite. A inflamação de ouvido causa vários desconfortos e é muito comum nos primeiros anos de vida. Segundo Berenice Ramos, presidente do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, a otite é a segunda doença infecciosa que mais afeta os bebês, atrás apenas da infecção viral das vias aéreas (resfriado ou virose).
– A otite mais frequente é a otite média aguda, que costuma ocorrer durante os resfriados e que pode ser viral ou bacteriana. A otite média aguda é a principal causa de consulta e de prescrição de antibiótico em pediatria. Ela é extremamente frequente e a maioria dos bebês terá pelo menos um episódio. Cerca de oitenta por cento das otites curam sem antibiótico, principalmente em crianças maiores de dois anos de idade. Toda vez que um bebê apresenta sinais ou sintomas de otite média aguda, o pediatra deverá ser consultado para definir o tratamento mais adequado – explica a especialista.
O resfriado costuma ser o principal fator desencadeador de otite, e a doença pode ser recorrente, mas Berenice Ramos lista alguns cuidados que podem evitá-la:
– Aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade; retardar o ingresso na creche para o final do segundo ano de vida; atendimento em creches com menos do que cinco crianças por sala; reduzir, ou eliminar, a chupeta no segundo semestre de vida; evitar o tabagismo passivo; evitar oferecer a mamadeira ou aleitamento ao seio na posição deitada; usar vacinas contra o vírus Influenza (gripe) e contra o pneumococo, que estão incluídas no calendário oficial de vacinação.
Por ser muito comum em crianças pequenas, nem sempre é fácil para os pais perceberem o problema. E os sintomas podem ser confundidos com de qualquer outro mal-estar.
– Como a otite média aguda é mais frequente dos seis meses aos três anos de idade, os sintomas podem ser inespecíficos tais como febre, irritabilidade, puxar a orelha, abatimento, choro e/ou falta de apetite. As crianças maiores podem relatar dor no ouvido – afirma a médica.
No caso de otite recorrente, é preciso buscar tratamento específico.
– Muitas crianças apresentam otite média aguda recorrente. Diz-se que a otite é recorrente quando ocorrem três ou mais episódios em seis meses ou quatro episódios em um ano, sendo que pelo menos um nos últimos seis meses. Estes casos devem ser acompanhados pelo médico, pois muitas vezes necessitam tratamento e orientações específicas – afirma Berenice.