Fonoaudióloga ajuda a identificar e fala do tratamento
A gagueira atinge cerca de 70 milhões de pessoas no mundo e representa cerca de 1% da população infantil, afirma a fonoaudióloga Ana Cláudia Georg.
– Até os 4 anos de idade, dependendo do quadro que a criança apresente, não é considerado que a doença está instalada, já que ainda está numa idade de imaturidade mental para elaborar o pensamento e externar, ou seja, falar com precisão.
O problema, que tem maior incidência nos homens, costuma aparecer na infância. Correntes técnicas afirmam que a gagueira é neurológica, no entanto, segundo estudos recentes, explica a fonoaudióloga, mutações genéticas podem ser a causa potencial do distúrbio motor da gagueira. Porém, embora a manifestação da gagueira envolva características motoras, o problema aumenta sob a influência de fatores como a complexidade sintática e o tamanho do enunciado.
Segundo ela, são os tiques e outras características que conferem o diagnóstico da gagueira. Exemplo: piscar o olho excessivamente ao falar, apresentar bloqueios para iniciar a fala, repetir trechos das palavras e apresentar tremores nos lábios ao tentar falar são alguns dos sintomas. Porém, é preciso avaliar a idade da criança para saber se isso é normal ou se já deve ser considerado um problema.
– Se uma criança de três anos estiver iniciando a fala, não é considerado como gagueira – alerta.
Gagueira não tem cura, afirma Ana Cláudia, mas tem tratamento e manutenção. O melhor tratamento é exercitar a fala do paciente através de exercícios, que consistem em tentar controlar a fala da criança por um processo de autocontrole voluntário das tensões físicas e psíquicas.
– Se até os cinco anos a gagueira permanecer, é preciso procurar um fonoaudiólogo para começar a trabalhar a linguagem e o ritmo da fala, assim como a respiração – orienta.
Recentemente, segundo ela, surgiu um tratamento de feedback para gagueira que é realizado por um aparelho que só é vendido nos EUA.
– A técnica é excelente porque permite que a criança ouça a própria fala, o que colabora para que a próxima fala seja melhor.
A alta médica é provisória e supervisionada. Se o paciente sentir medo ou ansiedade, o problema pode retornar.
– São criadas técnicas para mascarar o problema. A pessoa tem que ter um compasso rítmico para poder falar. O tratamento é de médio à longo prazo.
Em casa, os pais podem ajudar os filhos que gaguejam não completando as frases da criança e, de preferência, devem se ajoelhar e ficar olho a olho com o filho na hora de conversar.
– Não ficar interrogando o que o filho quer dizer também ajuda. Se os pais, que oferecem segurança para a criança, demonstrarem que não estão entendendo o que está falando, ela pode se calar. Nesse caso, o problema pode evoluir para um mutismo seletivo, que é uma complicação da doença, alerta.