O que é, para que serve e como funciona o pré-natal
Mesmo quem ainda não engravidou já deve ter ouvido falar da importância do pré-natal. Mas o que é pré-natal? E por que é tão importante? O pré-natal é o acompanhamento médico que toda mulher precisa durante os nove meses de gestação. É durante o pré-natal que são feitos exames que podem diagnosticar problemas de saúde tanto da gestante quanto do bebê, e uma maneira de prevenir certas complicações que podem surgir durante a gravidez. O pré-natal deve servir também para tirar dúvidas acerca da gestação e do parto. Sabendo da importância da informação, o Quem Coruja publica uma série especial sobre o pré-natal, mostrando quais são os exames realizados e o que cada um deles representa.
Quando iniciar o pré-natal?
Se a intenção é engravidar, recomenda-se que a mulher busque orientação médica antes mesmo da concepção. Se não for o caso, a ida ao obstetra deve ser feita tão logo se confirme a gravidez. Quanto mais cedo o pré-natal começa, melhor.
– O ideal é que a mulher que deseja engravidar realize uma consulta pré-concepcional com seu obstetra. Nesse momento já iniciamos o uso do ácido fólico, que previne malformações no sistema nervoso central do bebê, checamos o status vacinal, podemos identificar e prestar aconselhamento sobre possíveis fatores de risco para uma futura gestação. Caso isso não tenha sido possível, o pré-natal deve ser iniciado assim que a gravidez for confirmada a fim de proporcionar bem-estar físico e mental para essa gestante, minimizando os riscos para a mãe e assegurando o nascimento de uma criança saudável – explica a ginecologista e obstetra Roberta Negri, da Perinatal.
Os primeiros exames solicitados são de sangue e urina. Com eles, o médico já pode avaliar a saúde da gestante.
– Existe uma rotina de solicitação de exames complementares durante o pré-natal. Em uma gestação sem risco identificado exames de sangue e urina devem ser realizados trimestralmente no intuito de rastrear as principais intercorrências da gravidez e evitar suas possíveis complicações – diz Roberta.
Os exames de sangue são muito importantes para detectar doenças que podem afetar diretamente o bebê, como o vírus Zika, que causa microcefalia.
– Além do vírus Zika, através de exames de sangue podemos identificar Toxoplasmose; Rubéola; Citomegalovírus; Hepatites… doenças que podem causar importantes alterações fetais – afirma a obstetra.
Exames de sangue e urina identificam infecções que podem causar complicações no parto
O hemograma completo e o exame simples de urina, EAS, rastreiam infecções, o que possibilita tratamentos precoces, prevenindo complicações como Rotura da Bolsa Amniótica e Trabalho de Parto Prematuro. Pelo hemograma, também se consegue identificar a ocorrência de anemia. Os pedidos de exame podem variar de acordo com as condições de saúde da gestante e até o do histórico do pai do bebê.
– Gestante Rh negativo cujo parceiro é Rh positivo deve realizar o teste de Coombs Indireto para identificar o risco de Doença Hemolítica Perinatal. Ultimamente, houve significativa redução da sua frequência com a administração preventiva da Imunoglobulina Anti-Rh durante a gestação e no puerpério imediato – diz a obstetra.
Há exames específicos para identificar doenças como sífilis, Aids e diabetes gestacional, realizados durante o pré-natal.
– O VDRL é o exame realizado para identificar Sífilis durante o pré-natal, doença que persiste como importante problema de saúde pública no nosso país. Tão logo identificada deve ser adequadamente tratada, prevenindo a transmissão vertical da doença (da mãe para o bebê). HIV é testado de rotina na gravidez com o intuito de adotar medidas profiláticas para reduzir as taxas de transmissão vertical do vírus, que pode ocorrer por via transplacentária, intraparto ou através da amamentação. Diante do valor da glicemia realizada na primeira rotina laboratorial, podemos fazer já nesse momento o diagnóstico do Diabetes Gestacional ou mesmo identificar o Diabetes Mellitus prévio, propiciando assim o aconselhamento precoce de medidas a serem adotadas para diminuir os riscos dessa gestação. Dieta, atividade física, controle do ganho de peso, implementação de tratamento medicamentoso quando necessário, dentre outras – esclarece Roberta Negri.
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Foto em Destaque: Imagem de BRUNA BRUNA por Pixabay