Obra infantil de Marina Colasanti é eleita Livro do Ano do Prêmio Jabuti
A escritora Marina Colasanti recebeu, no dia 18 de novembro, a estatueta dourada do Prêmio Jabuti. Seu livro “Breve história de um pequeno amor”, vencedor do Jabuti 2014 na categoria infantil, foi eleito também o Livro do Ano de Ficção. Autora consagrada em vários gêneros, Marina sempre esteve ligada à literatura infantojuvenil, colecionando muitos prêmios ao longo de toda a carreira.
“Breve história de um pequeno amor”, publicado pela editora FTD no ano passado, aborda sentimentos variados, como ciúme, saudade e preocupação, contando a história de uma escritora que encontra um ninho com filhotes de pombo. É um exemplo da qualidade da literatura nacional voltada para os pequenos e jovens leitores.
Quem Coruja– Este é o sétimo Jabuti de sua carreira. De que forma a senhora avalia esse reconhecimento?
Marina Colasanti – Agora temos também o Livro do Ano, ou Jabuti Dourado, que dá um novo sentido à minha premiação. Pois, se o Jabuti era o reconhecimento da qualidade do meu livro dentro da sua categoria, o que já representava grande alegria para mim, o Jabuti Dourado é reconhecimento da qualidade e importância da literatura infantil em qualquer nível, o que transfere minha alegria para toda uma classe.
Quem Coruja – Para a senhora, que tem trabalhos em diferentes gêneros da literatura, o que representa escrever para o público infantojuvenil ?
Marina – Um prazer, sempre. Só escrevo o que me dá alegria e o que me desafia. Se escrever para crianças fosse fácil – como tantos acreditam- jamais o teria feito.
Quem Coruja – Apesar de algumas características atemporais e universais, as artes, de um modo geral, acompanham momentos históricos e culturais. Hoje, as crianças estão acostumadas a mídias digitais e sociais. Esse contexto influencia ou afeta, de alguma maneira, a literatura infantil?
Marina Colasanti – É buscando responder a essa pergunta – não só em relação às crianças mas também aos jovens e aos adultos – que todo o universo da escrita se debruça há décadas sobre as novas tecnologias, sua utilização e seus resultados. Mas tudo está ainda em curso, e não se têm ainda respostas definitivas. O que não muda, nem mudará, por mais sofisticadas que sejam as inovações tecnológicas, é a necessidade de narrativas capazes de alimentar o imaginário das crianças e de aproximá-las do seu próprio eu, aquilo que a escola Jungiana chamou de “individuação”.
Quem Coruja – “Breve história de um pequeno amor” também recebeu o Prêmio FNLIJ 2014. A que a senhora atribui o sucesso da obra?
Marina – Não cabe a mim essa resposta, seria muito cabotino. Ela está contida nos prêmios a que você se refere e que lhe foram atribuídos.