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Bicho em casa

Cachorros, gatos e outros animais de estimação são importantes para o desenvolvimento das crianças

Crianças requerem cuidado especial. Um animal de estimação também. E se a casa tiver crianças e animais, aí o cuidado tem que ser redobrado. Ainda assim, vale à pena. Segundo Ceres Faraco, especialista em comportamento animal da Comissão de Animais de Companhia ( Comac ) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindam), o convívio dos pequenos com os bichos pode ser bastante benéfico. Mas, para isso, o ambiente e os adultos devem estar preparados.

A especialista lembra que não há um animal doméstico mais adequado que outro, o que precisa ser levado em consideração na hora de adotar um bichinho é o que será possível oferecer a ele. Espaço, despesas, disponibilidade para cuidar e brincar, motivações. Tudo vai pesar na hora de levar um animal para casa.

– Os animais a serem escolhidos dependem de aspectos referentes ao ambiente, família e criança. A escolha com melhores chances de ser bem sucedida dependerá de fatores específicos e o conhecimento preciso das necessidades e condições para incluir animais nas famílias. Recomendo que sempre consultem um veterinário especialista em comportamento para serem orientados – diz Ceres.

Tomados os devidos cuidados, um cachorrinho ou gatinho em casa pode fazer uma boa diferença.

– Os pets contribuem para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social das crianças. E também para a saúde física. O contato com pets desde os primeiros meses de vida ajuda no desenvolvimento do sistema imunológico das crianças. Essa interação propicia uma série de experiências imunológicas ao pequeno, preparando-o para que desenvolva capacidades de defesa contra agentes variados. Para isso, é essencial que o animal esteja bem cuidado e que mantenha um nível de higiene. Tendo essa possibilidade, certamente as crianças serão beneficiadas com a presença do animal, diferentemente de crianças que são criadas numa “redoma de vidro’ – avalia a especialista.

A enfermeira Jocélia Teixeira, mãe de José Henrique, de 7 meses, é da mesma opinião. A chegada do bebê não mudou a relação dela com Wilson, seu cão da raça Lhasa, de 3 anos.

–  Ele continua circulando por todos os cômodos, inclusive no quarto do Henrique. E reconhece e respeita quando meu filho está no colo. Quando caem brinquedinhos no chão, Wilson vai logo cheirar, e fica querendo pegar os que produzem som. Lavamos com frequência os brinquedos e as mãos também  – diz Jocélia, que tem o aval do médico do bebê – O pediatra recomendou a convivência do Wilson com o Henrique. Acredito que irá estimular o desenvolvimento psíquico e motor dele.

Jocélia se sente segura, mas é comum pessoas terem medo de o animal machucar a criança. Para Ceres Faraco, isso só ocorre se houver descuido dos adultos:

– Muitos pais se questionam sobre o perigo de ter um pet em casa, devido a alguns comportamentos como morder, arranhar ou dar patadas. Os acidentes ocorrem devido à falta de supervisão adulta e nos casos em que o animal é muito maior que a criança, podendo ocasionar tombos ao brincar. Os animais só fazem isso quando filhotes, por curiosidade, como as crianças. Quando maiores, só fazem se estimulados ou quando tiveram lacunas de aprendizado e disciplina. Cabe à família ensinar os comportamentos adequados para convívio com crianças, com adultos e com visitas. A melhor forma de prevenir é saber que a criança nunca pode ficar sozinha com o animal, deve sempre haver supervisão adulta, cuidando e impondo limites às ações da criança, mostrando que o pet vai agir de maneira negativa a agressões.

Júlia com a gatinha de estimação Paloma Foto de Thiago Sinionato
Júlia com a gatinha de estimação Paloma
Foto de Thiago Sinionato

Há ainda o interesse e a paixão das próprias crianças pelos bichinhos. Júlia, de 8 anos, cuida com todo o carinho de Paloma, gatinha que ganhou de um dos avós há dois meses.

– A Júlia é uma criança muito carinhosa e protetora dos animais, acredito que o contato com os bichos faz dela uma criança mais amorosa, amiga, cuidadosa, divertida e feliz -diz Alessandra Simas, mãe da menina.

Para a Júlia, Paloma é uma companheira de brincadeiras e, se depender dela, não será a única.

– Gosto dela porque é uma boa companhia para brincar e eu gosto de cuidar dos animais. Também quero ter um cachorro – afirma.

 

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