Obstetra explica por que elas aparacem e dá dicas de como tratar
Muitas mulheres relatam uma melhora da acne quando engravidam, mas cerca de 25% delas notam o aparecimento ou uma piora no quadro. De acordo com a ginecologista e obstetra Cristina Carneiro, o aparecimento das incômodas espinhas é uma incógnita. O que se sabe é que com a gestação há uma grande alteração hormonal no corpo da mulher:
– A produção de cerca de 10 e 30 vezes mais que a quantidade normal de estrógeno e progesterona, respectivamente, pela placenta, leva a alterações em todo o corpo inclusive na pele, promovendo um aumento da oleosidade – explica.
Segunda a médica, em geral, o quadro é pior no primeiro trimestre, e acomete mais a região do rosto e do tronco (colo e costas) – as áreas com mais glândulas sebáceas -, mas como tudo na gravidez, a duração varia de mulher para mulher:
– Algumas só vão melhorar da acne cerca de 6 meses após o parto quando os hormônios voltam aos níveis pré-gestacionais.
Para a ginecologista, o melhor tratamento é um bom cuidado com a pele utilizando um sabonete suave ou substâncias especiais para limpeza facial, com atenção para não provocar o ressecamento da pele, pois este pode ter um efeito reverso levando à irritação e aumentando a acne.
– Deve-se usar bloqueadores solares oil-free e evitar maquiagens ou outros cosméticos comedogênicos. E quando absolutamente necessário, a grávida pode tratar localmente a acne com produtos tópicos à base de peróxido de benzoíla ou ácido azeláico – orienta.
A médica alerta, no entanto, que há diversas medicações usadas em produtos para acne que são contra-indicadas durante a gestação por serem teratogênicas, isto é, que podem causar má-formações nos fetos, tais como a isotretinoína oral. O uso tópico seguro na gestação não está estabelecido por falte de estudos e os poucos que existem são controversos. Por isso, atenção! Sempre procure a orientação do seu médico antes.
Segundo Cristina Carneiro, a alimentação pode ser uma boa aliada nesse processo. Os alimentos que têm um alto índice glicêmico, isto é, aqueles que promovem um aumento rápido da glicose no sangue levando a um aumento de insulina e fator de crescimento, acabam alterando a produção de gordura na pele e aumentando a sua oleosidade, o que pode levar a um aumento da acne. Os alimentos a evitar, então, são: pão branco, farinha (mandioca e milho), uva, batata, mel, bolos, manga, biscoitos.
– O ideal é comer alimentos com baixo índice glicêmico, tais como: maçã, damasco seco, cereja, cenoura, arroz integral, feijão, leite desnatado e iogurte.