Duas sugestões de livros que tratam do assunto para adultos e crianças. Confira a dica
Sou mãe de dois meninos (14 e 11 anos) e entre tantas experiências nesses anos todos, uma em especial me trouxe um pouco mais de preocupação e medo e me perguntava de que maneira eu poderia evitar que meus filhos sofressem abuso/violência sexual. Esse medo não surgiu dos noticiários, mas de um fato que ocorreu em um condomínio residencial onde eu estava com meus filhos. Na época, eles estavam com 8 e 5 anos, na festa de aniversário dos filhos de uma amiga. Naturalmente, as crianças estavam brincando, correndo e se divertindo. Foi quando percebi que meu filho mais velho entrou no salão de festas e sentou ao lado de sua avó. A princípio, achei que ele estava descansando um pouquinho, mas o tempo foi passando e nada de voltar a brincar. Então fui até ele e perguntei porque não estava lá fora brincando. E, para minha surpresa, ele disse que achava melhor ficar ali, porque havia uns garotos que queiram levá-lo para outro lugar e mostrar como se dançava o “bunda lelê”. Me assustei e logo perguntei quem eram os meninos, se estavam na festa e se ele tinha ido com eles. Para meu alívio, ele não foi e disse que tinha vindo ficar conosco por conta disso. Sem fazer alarde, claro, tomei algumas medidas que considerei importante para a segurança das outras crianças, mas fiquei com isso na cabeça.
Lembro que fiquei um pouco mais tranquila com a resposta dele e também feliz por perceber que ele, da maneira dele, soube se defender da situação, contudo alguns pensamentos ficaram me rondando o restante da festa. Achei que havia chegado a hora de falar algumas coisas sobre sexo com meu filho, até por questão de segurança. Mas como abordar o assunto, já que não está partindo dele o interesse, através de perguntas? Ao chegar em casa, respirei fundo e, com muita paciência, controlando minha ansiedade, fiz algumas perguntas sutis para sondar o que ele sabia sobre sexo, a diferença entre menino e menina… Expliquei com uma linguagem mais fácil os cuidados que temos que ter com o corpo e, para minha surpresa, na semana seguinte ele trouxe da biblioteca da escola um livro sobre o assunto. Infelizmente, não me recordo o nome. Mas existe bastante bibliografia sobre assunto, tanto para os pais, quanto para as crianças. Entre tantos, sugiro: “As crianças querem saber, e agora?”, da Editora Casa do Psicólogo, destinado aos pais que querem ajuda nessa fase do desenvolvimento infantil; e um outro, destinado às crianças, chamado “De onde eu vim?”, da Editora Scipione.
O importante é que, ao escolher o livro para as crianças, os pais vejam se corresponde à faixa etária cronológica e emocional dos seus filhos. Enfim, mais importante do que qualquer livro, é conversarmos de forma tranquila, carinhosa e com linguagem apropriada, para que o canal de comunicação e confiança entre pais e filhos se estabeleça e se fortaleça, de tal forma que nossos filhos saibam que podem contar e conversar sobre qualquer assunto conosco, enriquecendo e fortalecendo o vínculo da relação pais e filhos.
Vanessa Ramalho é estudante de psicologia e mãe de Giovanni e Filipe.