Comitê Científico de Adolescência leva informações a famílias e profissionais de medicina
Nem sempre é fácil lidar com o comportamentos dos adolescentes, e, em alguns casos, é mais difícil ainda quando envolve desinteresse pelos estudos. Como em praticamente todas as áreas, o apoio familiar é fundamental para o bom desempenho escolar, como reforça Wimer Bottura Junior, presidente do Comitê Científico de Adolescência da Associação Paulista de Medicina.
Recentemente, o comitê promoveu reunião pública sobre o tema “Função parental no aprendizado”, com a intenção de orientar os pais sobre transtornos e outros comportamentos que costumam influenciar os resultados escolares dos adolescentes.
– Existem muitas atitudes de familiares que prejudicam a saúde mental e o aprendizado da criança e do adolescente, e estas podem ser evitadas havendo orientação correta. A resistência ao aprender é muito comum e é causada por muitos fatores. As atitudes que favorecem o aprendizado são a escuta e a observação dos pais, o respeito à diversidade de gostos e opinião, o interesse pela pessoa tal qual ela é, não como ela deve ser – observa o médico.
Uma das principais atenções que se deve ter é saber diferenciar transtornos, como dislexia e TDAH, de comportamentos comuns aos adolescentes. Orientação médica é importante, mas só medicação, se for o caso, não resolve.
– O foco das reuniões é ir além dos transtornos, como dislexia e TDAH. Nós já falamos bastante sobre eles e entendemos que é necessário ir além. Há uma crença em muitas pessoas que basta medicar ou encaminhar o portador a tratamento de alguns transtornos que ele estará resolvido, mas as evidências mostram que a orientação familiar é fundamental em todos os casos, e que muitas pessoas recebem diagnóstico equivocado exatamente por falha na observação – avalia Wimer.
Associação Paulista de Medicina é uma instituição sem fins lucrativos, que presta serviço a médico e comunidade; O Comitê de Adolescência atua promovendo palestras e eventos, e divulgando informações científicas mais recentes a pais, educadores, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, médicos entre outros. A Associação Paulista de Medicina é uma instituição sem fins lucrativos, que presta serviço a médico e comunidade, de forma gratuita.
– Levando essas informações, o comitê tem como objetivo propor aos interessados nova forma de olhar os transtornos do aprendizado, e os seus portadores, procurando gerar mudança na atitude das pessoas, e autoridades, para uma busca de compreensão no lugar de exclusão, humilhação, punição que têm sido as atitudes mais usuais ainda hoje. Informar para vencer os preconceitos, esclarecer mal entendidos e levar o portador a diagnóstico e tratamento – explica Wimer.