É sempre importante falar sobre amamentação e é sempre bom destacar a importância do Agosto Dourado, e toda a campanha de conscientização sobre os benefícios do aleitamento materno que acontece neste mês. Em termos de nutrientes, é o alimento mais completo para o desenvolvimento do bebê até, pelo menos, os seis meses de idade. Mas há também um outro fator muito importante quando o assunto é amamentação: a saúde da mulher. Saúde física e emocional, pois além de ajudar o útero a voltar ao tamanho normal e reduzir o risco de hemorragia pós-parto, contribui para a prevenção da depressão e cria um lindo vínculo de afeto mamãe-bebê.
E a experiência de amamentar é, de fato, um momento especial para muitas mulheres. É o caso da técnica de enfermagem Leilane Conceição dos Santos. Ela amamentou o primeiro filho, Isaac, hoje com 10 anos, e está repetindo a experiência com Théo, de 14 dias.
– Para mim, amamentar é sempre prazeroso, emocionante. É uma doação, uma dedicação. E um privilégio, afinal nem todas podem e conseguem – avalia Leilane, que tem conseguido até fazer doação para o banco de leite do Instituto Fernandes Figueira (Veja como doar).
Mas falar de amamentação, como bem observou Leilane, é falar também da dificuldade e/ou da impossibilidade que muitas mulheres têm de amamentar. Falar de amamentação é não romantizar o desconforto que fissuras no bico do seio e outras dores causam. É falar de uma gama enorme de assuntos relacionados a este tema, inclusive algumas barreiras sociais que ainda impedem o cumprimento da recomendação da Organização Mundial de Saúde: aleitamento materno como alimentação exclusiva para bebês até seis meses de idade.
Consultora Internacional de Lactação, a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski destaca os objetivos da Semana Mundial de Amamentação (primeira semana de agosto), que este ano traz o tema “Fechando a lacuna: apoio à amamentação para todas”. O objetivo é que o índice de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses do bebê, que no Brasil é cerca de 46%, chegue a 70% até 2030, seguindo a meta da Organização das Nações Unidas.
– Será dada atenção a cenários vulneráveis, como a primeira semana de vida, populações desfavorecidas e amamentação em tempos de emergências e crises – diz Cinthia.
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