Cresce o número de famílias que procuram o serviço. Entenda por que?
A medicina regenerativa vem avançando em suas pesquisas e obtendo resultados cada vez mais satisfatórios. Um deles é o uso de células-tronco do cordão umbilical. De acordo com a Dra. Adriana Homem, médica responsável pelo Banco de Cordão Umbilical (BCU Brasil), elas são capazes de ajudar no tratamento de mais de 80 doenças.
– São células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.). Uma maravilhosa descoberta que tem se tornado esperança de tratamentos de diversas doenças. Em uma visão mais simples, podemos descrevê-las como peças novas que podem substituir peças defeituosas, isso porque elas se transformam em qualquer célula do organismo ou se fundem a uma célula doente, tornando-a saudável – explica.
Entre as doenças que têm protocolo estabelecido para o uso das células-tronco estão as leucemias, as anemias e os linfomas, entre outras. Segundo a médica, o uso em outras duzentas enfermidades, como Alzheimer, Parkinson, diabetes e doenças cardíacas está em estudo.
De acordo com o ginecologista Marcos Arcader, do Hospital Adventista Silvestre, as células são 100% compatíveis com o bebê, caso sejam necessárias. São 50% compatíveis entre irmãos e 25% com os pais.
– O principal benefício é tratar doenças que antes não eram possíveis. Estima-se que, no futuro, o procedimento substitua os transplantes de órgãos – afirma.
Os médicos explicam que a coleta é realizada na hora do parto, com o armazenamento do cordão umbilical. O procedimento é indolor para a mãe e para o bebê. O sangue do cordão é acondicionado de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e levado para o laboratório onde será armazenado. Durante o processo, são feitos exames microbiológicos e contagem de células e viabilidade celular.
– Atualmente já existe sangue de cordão umbilical congelado por 20 anos e com a nova tecnologia utilizada é possível congelá-lo por tempo indeterminado, ou seja, infinitamente – conta a Dra. Adriana Homem, que atribui o aumento da procura pelo procedimento a dois fatores: a disseminação da informação nos últimos anos e o barateamento dos custos. – A informação tornou-se obrigatória por força de uma lei, então os obstetras passaram a informar as mamães sobre o assunto, as pesquisas avançaram tornando possível o tratamento de mais doenças, e houve um barateamento dos custos de processamento, além do surgimento de mais empresas no ramo, trazendo consigo a concorrência, a possibilidade de escolha – conclui.
Segundo a médica, há dois custos distintos. Um custo inicial, que refere-se a ida do profissional coletor ao parto, o kit de coleta, o processamento deste material no laboratório e tudo o que isso envolve, e o outro, de manutenção, que refere-se a uma anuidade para que o material permaneça armazenado.
– Os custos inicias de coleta hoje ficam em torno de R$ 3.200, nos quais incluem-se a primeira anuidade de armazenamento. Após o primeiro ano de vida do bebê passam a ser geradas as anuidades de manutenção, que ficam em torno de R$ 600.
Há a opção de guardar em um banco privado, onde as células serão de uso exclusivo do próprio filho, ou doar para um banco público, que ajudará as pessoas que estão na fila de espera.