Projeto “Da palavra ao fio”, do grupo Os Tapetes Contadores de Histórias oferece atividades e oficinas
Contar histórias é uma arte e pode ser desenvolvida de várias maneiras, inclusive com o uso de panos. O artigo é a principal ferramenta do grupo Os Tapetes Contadores de Histórias, formado por Andrea Pinheiro, Cadu Cinelli, Edison Mego, Helena Contente, Ilana Pogrebinschi, Rosana Reátegui e Warley Goulart. E a história deles já tem 16 anos.
– O grupo surgiu do nosso contato com o contador de histórias, artesão e diretor teatral francês Tarak Hammam. Em 1998, ele veio ao Brasil para desenvolver uma série de oficinas de teatro, e também de narração de histórias, em que apresentou o seu projeto, realizado na França, chamado Raconte Tapis. Ficamos muito encantados e apaixonados com o que vimos e experienciamos com ele. A partir daí fundamos o nosso grupo. Inicialmente nos apresentamos com alguns tapetes feitos por Hammam, e desde 2001 criamos e confeccionamos os nossos próprios objetos para contar histórias – conta Cadu Cinelli.
De lá pra cá, foram diversos espetáculos, exposições e oficinas, relacionando oralidade, artes têxteis, teatro e formas animadas. O grupo tem hoje acervo de 54 objetos de trabalhos variados que vão desde contos populares asiáticos a obras de autores brasileiros consagrados, como Carlos Drummond de Andrade e Ana Maria Machado.
– Antes de tudo pensamos sempre no que queremos contar, nas histórias que nos tocam, nos mobilizam por seus sentidos, significados possíveis. Depois que escolhemos, estudamos, nos aprofundamos sobre o que estamos contando, como reverbera na gente; lidamos com estruturas narrativas de grande sabedoria, que carregam consigo saberes, conteúdos milenares. O segundo passo é planejar, estudar e confeccionar o que vamos ter como cenário, suporte e objetos para essa história, e por fim ensaiar a animação dessa forma – explica Cadu.
O espetáculo mais recente do grupo é “Shtim Shlim – O sonho de um aprendiz”. E até novembro, os Tapetes Contadores de Histórias promovem, em parceria com quatro bibliotecas populares do Rio (ver serviço abaixo), a quarta edição do projeto “Da palavra ao fio”, que reúne várias atividades para crianças e inclui oficina para adultos sobre a arte de contar histórias.
– O projeto surgiu em 2011, quando eu estava diante de algumas questões e anseios entorno do que nós narradores, artistas poderíamos desenvolver artisticamente para além dos palcos. Com os meus questionamentos e reflexões, deparei com a necessidade de estabelecer pontes entre instituições culturais, educacionais e seus públicos. E vislumbrei que a narrativa pudesse fazer esse caminho, esse alinhavo, a costura entre um e outro, a partir do afeto, do sentimento de pertencimento, de empoderamento – avalia Cadu, que é também coordenador do projeto.
E é contando tantas histórias que os artistas acabam despertando nas crianças o interesse pela leitura.
– Entendo que a leitura não se restringe ao objeto livro. Quando tratamos do despertar deste interesse, estamos falando da leitura do mundo, de tudo que está ao nosso redor e, porque não, no nosso interior. É o despertar da leitura das imagens, do sonhos, dos símbolos e tudo o mais que atravessa a nossa existência. É ler para poder re-significar – afirma.
As inscrições para a oficina “Arte de contar histórias” acontecem de 27 de abril a 3 de maio, e de 1 a 5 de julho, e podem ser feitas pelo e-mail oficina.tapetes@hotmail.com.
Serviço:
Sessões de histórias
Biblioteca Popular Municipal da Tijuca – Rua Guapeni, 61. Tel.: (21) 2204-0752
Próximas apresentações: 18/5, às 14h; 23/6, às
10h.
Classificação: a partir dos 4 anos
Entrada franca
Biblioteca Popular Municipal de Campo Grande – Praça Thelmo Gonçalves Maia, s/nº. Tel.: (21) 3394-5509
róximas apresentações: 11/5, às 10h; 16/6, às
14h.
Classificação: a partir dos 4 anos
Entrada franca
Biblioteca Popular Municipal Ilha do Governador – Praça Danaides, s/nº, Cocotá. Tel.: (21) 3368-7797
Próximas apresentações: 25/5, às 10h; 30/6, às
14h.
Classificação: a partir dos 4 anos
Entrada franca
Biblioteca Popular Municipal Jacarepaguá – Rua Dr. Bernardino, 218, Praça Seca. Tel.:(21) 3833-0084
Próximas apresentações: 4/5, às 14h; 9/6, às
10h.
Classificação: a partir dos 4 anos
Entrada franca
