Objetivo é que as crianças aprendam a lidar com a limitação do movimento dentro da água
No Brasil, os afogamentos são a segunda causa de morte e a oitava de hospitalização, por acidentes, na faixa etária de 1 a 14 anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de mil crianças morrem todos os anos vítimas de afogamentos. É importante salientar que os perigos não estão apenas no mar, em represas ou em rios. A piscina de casa ou do prédio também oferece riscos. Pensando numa forma de orientar crianças, pais e cuidadores a prevenir esse tipo de situação, o professor de educação física Roberto Zuquim, especializado em atividades na água, iniciou uma aula de natação diferente: os pequenos caem na água e praticam atividades com roupas. Isso mesmo.
– A aula é uma verdadeira festa e as crianças adoram. Elas aprendem a nadar com a roupa, o que limita os movimentos. Ensinamos, então, o que fazer e como se comportar na água. Simulamos situações como a existência de ondas ou correnteza para que elas saibam como lidar com o desafio – explica.
Apesar de lúdica, a aula vai muito além da simples diversão. O objetivo é ensinar as crianças a terem reações mais rápidas no caso de quedas em piscinas, principalmente em momentos que estão longe dos adultos.
– A ideia, claro, é que estejam todos mais atentos e evitem as situações de riscos. Mas, se um dia uma dessas crianças cair numa piscina ou em um lago, ela não se assustará tanto por já ter vivido uma situação semelhante. O peso da roupa dentro da água interfere consideravelmente nos movimentos de crianças pequenas, o que dificulta a saída da piscina sem ajuda no caso de uma emergência. Quando a criança desenvolve o hábito de nadar de roupa, fica muito mais fácil se salvar sozinha em uma situação desse tipo.
As turmas são divididas por idades, entre seis meses e sete anos, e as aulas acontecem no Espaço Stella Torreão.