A diferença importante entre ser firme e ser autoritário
“Educar dá trabalho, exige muito conhecimento, dedicação e experiência”. Calma! A experiência, neste caso, não é a da maternidade ou paternidade. As aspas são da psicopedagoga Ester Chapiro e se referem à atuação dos professores em sala de aula. Segundo ela, os profissionais devem ter sempre o cuidado de manter a autoridade sem serem autoritários. Ester vai abordar o tema no Encontro Pedagógico Educativo, que acontece no dia 26 de setembro, no Rio de Janeiro.
– Normalmente, os professores da educação infantil são apaixonados por crianças, o que considero essencial para um bom trabalho, mas só isso não é suficiente para garantir a qualidade de suas ações docentes. O profissional precisa ser especializado. A formação do curso de Pedagogia é muito ampla e, muitas vezes, não é suficiente para a formação dos profissionais de educação infantil. É muito comum também, profissional sem formação alguma atuar na educação infantil como auxiliar, pois ainda não é exigida, por lei, a formação para exercerem a função, e há poucos cursos de capacitação para este cargo. Autoridade é sinônimo de competência. Um profissional competente e seguro de sua prática não é autoritário, saberá dar limites através de seu conhecimento pedagógico – avalia Ester.
O autoritarismo, muitas vezes, é reflexo da própria educação que o professor recebeu. Por isso, a psicopedagoga lembra o quanto é importante que os educadores estejam sempre se atualizando, também, no que diz respeito a modelos de educação. Mesmo com a responsabilidade de cuidar de toda uma turminha que nem sempre obedece, o professor precisa estar preparado para administrar a situação.
– Um bom profissional precisa saber lidar com uma clientela diversificada e, ainda, com diferentes fases do desenvolvimento infantil. A criança de hoje não pode ser tratada com um simples “não”. Ela questiona e não é mais passiva, inclusive a proposta educacional é formar pessoas críticas, capazes de fazer escolhas certas para serem felizes. Gritar, mandar calar a boca, agir de maneira impositiva são exemplos de autoritarismo que não colaboram para a educação – afirma.
Para os pais, claro, fica a mesma orientação. E, como no ambiente escola, a psicopedagogia também pode auxiliar neste processo junto à família.
– A psicopedagogia clínica ajuda na orientação das famílias e dos alunos para a melhora do desenvolvimento emocional e cognitivo da criança e do adolescente. Durante as sessões, é possível observar, analisar, avaliar e trabalhar a individualidade de cada aluno. Somente percebendo as características singulares do sujeito é possível detectar suas dificuldades, questões e a melhor forma para garantir o seu aprendizado. Será num ambiente reservado e apropriado que a psicopedagogia irá facilitar os processos de aprendizagem e garantir resultados satisfatórios para o aluno e sua família.