Tosse, falta de ar e chiado no peito em bebês: o que é e como tratar a bronquiolite
Você já ouviu falar de bronquiolite? É a denominação dada ao quadro de tosse, falta de ar e chiado no peito, em bebês de até 2 anos. Na maioria das vezes, está associada à infecções virais, mas pode ser também sintoma alérgico, que, em alguns casos, permanecem e até pioram, desenvolvendo outros problemas de saúde. Lactante sibilante e bebê chiador são outros nomes dados ao quadro que, segundo o médico Laerte Boechat, coordenador do Serviço de Alergia e Imunologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), pode ter várias causas:
– Aproximadamente 90% destes casos estão associados à infecções virais, causadas principalmente pelo vírus sincicial respiratório ou rinovírus humano. Não existem estatísticas claras sobre o assunto, pois a ocorrência da sibilância depende em muito da infecção viral (por isso ocorre mais no outono-inverno) e da suscetibilidade individual da criança à infecção. Por isso,bebês prematuros de um modo geral são mais suscetíveis. outros fatores de risco seriam mãe ou pai fumantes, desmame precoce (antes dos 6 meses de vida), historia familiar de alergia, etc – diz.
Mesmo sem estatísticas claras a respeito, é muito comum a bronquiolite desaparecer conforme o crescimento da criança. Ainda assim, é importante investigar os fatores que causam o chiado no peito, uma vez que podem ser o prenúncio de um problema mais grave. O acompanhamento médico é fundamental para o diagnóstico da bronquiolite e para a escolha do tratamento a ser adotado.
– O chiado deve-se ao broncoespasmo, que é a diminuição do calibre das vias aéreas inferiores (bronquios). Dependendo da gravidade do broncoespasmo, pode gerar tosse, falta de ar e até falência respiratória, se não tratado corretamente. Na maioria dos casos, a resposta ao tratamento é bastante satisfatória. Quando a infecção viral, que deu origem ao broncoespasmo, é mais grave, determinando uma lesão brônquica mais extensa, o quadro pode ser de mais difícil controle. Até a completa recuperação do epitélio brônquico, a criança pode experimentar outros episódios de broncoespasmo. Por isso, uma criança que faz um quadro de bronquiolite hoje, dependendo da gravidade do acometimento brônquico, pode experimentar novos episódios de sibilância até 2 anos, após o evento inicial. A grande maioria dos casos evolui para cura completa – explica o imunologista.
Segundo Laerte Boechat, em crianças geneticamente predispostas a desenvolver doenças alérgicas, a bronquiolite pode ser um fator de risco a mais para o desenvolvimento de asma. Por isso, os cuidados necessários devem ser tomados desde cedo. Redução da inflamação das vias aéreas, prevenção das exacerbações (tosse, catarro, falta de ar), melhora da qualidade de vida e utilização de medicações sem ou com mínimo de efeito colaterais e higiene do ambiente físico fazem parte do tratamento.