Pediatra destaca prós e contras de bicos artificiais, como chupeta e mamadeira
Maternidade não pode ser sinônimo de culpa. Há muita responsabilidade e doação envolvidas, mas a cobrança exagerada em relação ao cuidado com os filhos acaba deixando muitos mães com aquele sentimento ruim de não estar fazendo o certo. E isso começa cedo, com o dilema de chupeta e mamadeira. Afinal, dar ou não dar bicos artificiais ao bebê?
– Muitas dúvidas surgem na maternidade e uma delas é o uso de bicos artificiais, sendo importante que os responsáveis estejam cientes dos prós e contras desta alternativa a fim de fazer sua escolha de forma leve e sem culpas. Equilíbrio é a palavra chave na hora de tomar a decisão. Alguns estudos condenam o uso das chupetas por efeitos negativos, como dentição, fala e desmame precoce, já outros não indicam o efeito significativo se o uso não for abusivo e precoce – pondera a pediatra Mariana Jordão, do Hospital Edmundo Vasconcelos, São Paulo. . O mais importante é que os pais estejam cientes dos prós e contras e peçam ajuda ao pediatra que acompanha o bebê.
– Os prós estão relacionados com a necessidade de sucção do bebê desde a gestação, e o uso de chupetas pode acalmar a criança e trazer conforto também para a família, principalmente para as mães na fase do puerpério, um período de muita doação. Além disso, a alternativa auxilia quando há ausência materna e pode até mesmo prevenir o risco de morte súbita. Por outro lado, há também os contras. O uso pode, sim, trazer consequências para a dentição, respiração e fala se for excessivo e prolongado, principalmente depois dos 2 anos – explica a pediatra. O uso de mamadeira também tem sido motivo de preocupação para muitas mulheres. Entre os receios, o fato de atrapalhar a continuidade da amamentação e causar cáries. Segundo Mariana Jordão, além dos prós e contras é preciso deixar claro o que é verdade e o que é mito sobre mamadeiras.
– O uso da mamadeira ocorre por diversas situações, como o retorno ao trabalho das mães, desmame precoce, ou até mesmo a dificuldade de fazer o aleitamento materno, e assim, acaba gerando incertezas sobre o que é mito ou verdade sobre o recurso. Entre as verdades, está a facilidade e comodidade de sucção do bebê em comparação ao seio materno. Entretanto, se o aleitamento materno não estiver bem estabelecido, pode sim favorecer a confusão de bicos e o desmame precoce. Outra situação que pode ser incluída entre as verdades, é o uso prolongado da mamadeira após os dois anos. O hábito pode favorecer problemas relacionados à dentição, como a deformidade da arcada dentária que consequentemente atrapalha a respiração. Quanto ao surgimento de cáries, outra dúvida recorrente, está mais relacionada a outras práticas, como o conteúdo da mamadeira com produtos com açúcares, alimentação diária e higiene bucal, do que propriamente com o uso da mamadeira. Um mito que deixa muitas mães apreensivas é de que o uso do recurso impede o vínculo íntimo com os bebês. O contato pele a pele, troca de olhares, som da voz e carinho não são interrompidos com o uso da mamadeira, portanto, a mãe terá essa conexão e passará, sem nenhum problema, segurança à criança – esclarece.
Quem opta pelo uso de chupeta e mamadeira, ou precisa adotar os bicos artificiais por alguma circunstância específica, só não deve prolongar esse uso.
– Quanto mais precoce for iniciada a retirada dos bicos, melhor a prevenção com relação às alterações de dentição e fala. Uma idade ideal para iniciar o desmame dos bicos artificiais é em torno dos dois anos, quando a criança diminui a necessidade de sucção, e busca mais autonomia e socialização – orienta a pediatra Mariana Jordão.
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