Comum em crianças, a dermatite atópica é uma inflamação na pele e tem que ser tratada
Coceira, pele áspera, lesões inflamadas. Quem tem filho com dermatite atópica está bastante acostumado com esses quadros. E muito acostumado também a cuidar para que a pele da criança esteja sempre hidratada. Essa é a principal recomendação de dermatologistas e alergologistas para aliviar os incômodos causados por esta inflamação cutânea, bastante comum na infância.
– No Brasil, a dermatite atópica atinge mais de dois milhões de pessoas, segundo pesquisas recentes de hospitais de referência no país. A inflamação é crônica. Pode melhorar e piorar de tempos em tempos – diz a dermatologista Denise Chambarelli, da clínica Dra. Denise Chambarelli, no Rio de Janeiro.
Segundo a especialista, a dermatite atópica pode aparecer em qualquer idade, mas costuma diminuir ou desaparecer conforme o crescimento das crianças.
– A manifestação de dermatite atópica caracteriza-se por lesões inflamadas, avermelhadas, que podem coçar e até descamar. Não é incomum aparecer no primeiro ano de vida. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença tem uma evolução crônica e cerca de 60% das crianças apresentam redução ou desaparecimento das lesões antes da adolescência. No bebê, as lesões predominam na face e nas dobras dos braços e pernas. Nas crianças maiores e nos adultos, as lesões acometem principalmente joelhos, cotovelos, dobras do corpo e pescoço – explica.
A também dermatologista Tathya Taranto esclarece que o termo dermatite se refere a uma reação da pele que pode ter diferentes causas:
– Pode ser causada pelo contato com alguma substância, pele seca, má circulação local ou mesmo como efeito colateral de um determinado medicamento. Não é um problema incomum. A dermatite é caracterizada pelo conjunto de sinais e sintomas como vermelhidão da pele, coceira, descamação e aparecimento de vesículas e bolhas, que podem estar localizadas em uma região específica ou dispersas pelo corpo. Existem vários tipos de dermatite, e todos possuem sintomas específicos. A dermatite atópica é uma doença inflamatória, multifatorial, que se caracteriza por uma disfunção da barreira de proteção da pele e é caracterizada pelo aparecimento de lesões vermelhas, descamativas, principalmente na região de dobras, associada a coceira intensa local. É bem mais comum em crianças, principalmente até os 5 anos de idade. Apenas uma pequena minoria dos pacientes desenvolvem a doença na idade adulta, o que é conhecido como dermatite atópica de inicio tardio.
O tratamento consiste em medicamentos prescritos por dermatologistas. Denise Chambarelli, ressalta que evitar ou reduzir a exposição aos fatores desencadeantes, evitar exposição ao sol e tratar as crises agudas são fundamentais para o controle da dermatite atópica. No verão, o cuidado deve ser redobrado, pois o calor e banhos de piscina podem aumentar a irritação da pele.
– É importante destacar que a pele estará muito sensível e que se deve evitar exposição ao sol e uso de cremes ou quaisquer produtos sem indicação médica – avalia a dermatologista.
O acompanhamento médico adequado é imprescindível para que o desconforto da dermatite atópica não se transforme em problemas mais sérios para a saúde.
– Nos casos mais graves, pode acometer grande parte da superfície corporal. Portadores de dermatite atópica apresentam uma incidência maior de infecções bacterianas, fúngicas ou virais da pele. Apesar da melhora gradativa da doença com a idade, o paciente com dermatite atópica tende a manter pele ressecada; com isso observamos que ela se irrita facilmente e deve ser tratada com frequência. O tratamento com dermatologista é fundamental – afirma Denise.
O cuidado com a pele das crianças precisa ser redobrado.
– Crianças com dermatite atópica que não são acompanhadas e tratadas de forma adequada podem evoluir com complicações como infecções bacterianas e virais de repetição, retardo do crescimento e até alterações oculares e reações anafiláticas devido ao prejuízo da barreira cutânea – diz Tathya.