Como acontecem o descolamento ovular e o descolamento placentário e quais são os tratamentos
Nem sempre a gravidez começa tranquilamente e alguns sustos fazem parte da história de muitas gestantes. E não é raro precisar de repouso em certas situações. É a prescrição médica, por exemplo, quando ocorre o descolamento ovular, um acúmulo de sangue causado pela ruptura de vasos sanguíneos que nutrem o saco gestacional.
– O descolamento ovular ocorre no primeiro trimestre de gestação, em torno das primeiras 12 semanas. Como a placenta ainda não está formada antes da nona semana, nos referimos a descolamento ovular e não placentário. O descolamento do saco gestacional acarreta um acúmulo de sangue que forma um hematoma – explica a ginecologista e obstetra Thais Zeque.
Repouso e reposição de progesterona são cuidados básicos para descolamento ovular
Trata-se de um susto, sim, que ocorre em cerca de 10% das gestações, sendo classificado como ameaça de aborto. Mas que pode ser controlado por meio de tratamento. Os riscos dependem da gravidade do descolamento.
– O descolamento pode ser parcial, ocasionando um sangramento chamado sub ou retrocoriônico, com sangramento em pouca quantidade e normalmente de cor marrom. Ele também pode ser absorvido pelo organismo. Em ambos os casos, a gravidez é preservada. Os cuidados básicos são o repouso relativo, abstinência sexual e reposição oral ou vaginal de progesterona. Depois de instituído, temos a possibilidade de reverter, exceto nos casos de problemas genéticos do embrião. Quando a área do descolamento é grande e leva à separação do saco gestacional da parede uterina ocorre o abortamento – diz a médica.
Qual a diferença entre descolamento ovular e descolamento placentário?
O descolamento placentário apresenta maior risco, pois resulta de uma hemorragia causada pelo infarto placentário provocando necrose do tecido. O hematoma formado faz com que a placenta se descole da parede uterina.
– O descolamento placentário conhecido como Descolamento Prematuro de Placenta (DPP) ocorre antes da paciente entrar em trabalho de parto e, geralmente, o desfecho é triste para o binômio materno fetal. Trata-se da separação placentária normalmente implantada depois da vigésima semana. Inicia-se com um sangramento vultuoso e o útero extremamente contraído. A solução é uma cesariana imediata – explica Thais.
Boa alimentação, atividade física adequada para gestante, controle de pressão arterial e, principalmente, evitar o ganho de peso excessivo, são fundamentais para diminuir as taxas de DPP, destaca Thais Zeque.
– Infelizmente, não é possível evitar em todos os casos por questões socioeconômicas (desnutrição materna), placentárias, fisiológicas, alcoolismo e trombofilias – avalia a ginecologista, reforçando a importância do acompanhamento médico durante toda a gestação. – O tratamento é um pré-natal bem feito, conscientização da gestante para dieta e atividade física. No caso de descolamento ovular, usar a progesterona e, no descolamento placentário, hidratamos a gestante, fazemos monitoração cardíaca, porém a conduta obstétrica é a cesariana. O melhor tratamento é a prevenção.
A dra. Thais Zeque publica informações sobre ginecologia e obstetrícia nas redes sociais. Facebook: @thaiszeque, e Instagram: @drathaiszeque