Movimento Down lança cartilha e promove atendimento especial para esclarecer sobre direitos de deficientes nas escolas
Campanhas pela inclusão de portadores de deficiência vem ganhando cada vez mais destaque na sociedade, e há até lei (7.853/89) que proíbe instituições de ensino negarem matrículas de pessoas com deficiência. Ainda assim, muitos não conseguem vagas nas escolas de ensino regular. E muitos pais, por desconhecimento, acabam matriculando seus filhos em escolas especiais; alguns deixam até as crianças e jovens fora da escola. É para orientar esses pais que o Movimento Down lançou a cartilha “Escola para todos – Educação inclusiva”.
O título, disponível no www.movimentodown.org.br, esclarece os direitos das pessoas com deficiência em relação à educação, quais os benefícios da educação inclusiva e como pais e responsáveis podem proceder no caso de dificuldades com a escola. E para tirar qualquer dúvida sobre o assunto, advogados do Coletivo dos Advogados do Rio de Janeiro (CDA) e do Grupo de Trabalho de Educação Inclusiva da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da OAB-RJ, em parceria com o Movimento Down, fazem neste quarta-feira, dia 12 de novembro, um plantão de atendimento especial, das 10h às 17h, na OAB, no Centro do Rio.
– A maioria das escolas alega não estar preparada para receber alunos com deficiência. O desconhecimento sobre as necessidades específicas dessas crianças, e adolescentes, acabam gerando esta resistência à matrícula – diz Estefânia Lima, coordenadora do Movimento Down.
Mesmo entre as escolas que aceitam alunos com síndrome de Down, há instituições que não passam segurança para os pais. Segundo Estefânia, as reclamações recebidas pelo Movimento não são poucas:
– Muitos pais nos procuram alegando que as escolas não aceitam matrículas, indicam escolas especiais, e quando aceitam, dizem coisas como “mãezinha, a gente aceita, mas não podemos garantir que ele será incluído, tá?”.
Ainda de acordo com a coordenadora, a presença de jovens e adultos com síndrome de Down no mercado de trabalho é muito maior hoje, mas isso não é um reflexo da escolaridade.
– A inserção de jovens com síndrome de Down é muito maior do que há alguns anos, até mesmo pela imposição da lei. Entretanto, esses jovens e adultos ainda têm dificuldade de adaptação, porque muitas vezes ao terem estudado em escolas especiais, acabaram sendo super protegidos ou negligenciados em sua formação acadêmica.
O plantão de atendimento que acontece nesta quarta, 12 de novembro, pode ajudar muitos pais nesta época de matrícula a garantirem vagas para seus filhos no próximo ano letivo.
– Esse é o primeiro plantão do tipo, e a intenção do Movimento Down é ajudar aos pais de crianças e jovens com qualquer tipo de deficiência a garantirem o direito dos seus filhos no que diz respeito a educação – afirma Estefânia.
