Escolha de atividade deve atender às necessidades de cada criança
Balé, natação, aula de música, futebol. É comum crianças praticarem uma ou outra atividade esportiva ou cultural. Mas isso só será benéfico se for, de fato, prazeroso para elas. Como há diferenças de gostos e aptidões, a escolha da atividade vai variar de criança para criança. E não pode ser diferente para crianças com necessidades especiais. Para elas, há de se considerar, ainda, a adequação da atividade ao seu desenvolvimento motor e cognitivo.
– O objetivo maior é a inserção social dessas crianças, e não devemos nos frustrar com desistências na primeira atividade escolhida. Devemos estar atentos às reações das crianças, principalmente nos sentimentos de alegria, prazer e vontade de manter a atividade física. Como opções conhecidas temos: equoterapia, natação e esportes coletivos( futebol, basquete). E já temos também a opção do surfe para autismo. O maior desafio é ensinar as crianças e adolescentes sobre autonomia e inserção social – avalia o médico Ricardo do Rêgo Barros, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Segundo o pediatra, os esportes também precisam ser adaptados às necessidades de cada criança, e os pais devem conversar com pediatras e professores de Educação Física sobre as dificuldades motoras/cognitivas de seus filhos e, assim, encontrar um esporte adaptado mais adequado para eles.
– Com relação às crianças com necessidades especiais utilizamos o chamado esporte adaptado que é um ajuste das habilidades específicas de cada criança com seu déficit cognitivo, sensorial e motor. Os pais, professores e pediatras são personagens importantes na observação dessas crianças visando avaliarem qual esporte ou terapia seriam mais adequados para cada criança – explica Ricardo Barros, citando, como exemplo, a natação. – É um dos esportes adaptados mais procurados e com benefícios amplamente comprovados para bom funcionamento ósteo-articular, melhora da coordenação motora e postura corporal. Também é importante para aumentar autoestima e atingir metas mínimas de autonomia na sociedade – explica.
Há 12 anos, o professor de Educação Física Rodrigo Brívio trabalha com ginástica artística voltada para crianças autistas. As aulas, na Bodytech do Città America, são adaptadas
– Busquei cursos voltados para a área do autismo, como: Son-Rise, Floortime, ABA. Faço uma junção do lado terapêutico com o esporte. O exercício físico é fundamental no processo de desenvolvimento da criança com autismo. Contribui para a autonomia, socialização, autoestima. Você saber que o seu trabalho pode contribuir para um sorriso, uma família mais feliz, uma criança mais independente, não tem preço – diz.