Obstetra explica os quatro períodos do trabalho de parto
Com a gravidez caminhando para o seu fim, a mulher já começa a pensar no parto. Para as mães de primeira viagem, o ginecologista e obstetra Marcos Arcader, do Hospital Adventista Silvestre, explica os quatro períodos do parto e os sinais que indicam que ele está próximo. Segundo o médico, a primeira fase é a da dilatação, que vai desde o início do trabalho de parto ativo até a dilatação total do colo do útero, ou seja quando a abertura atinge 10 cm. A duração deste período varia de acordo com diferentes fatores. O primeiro parto, por exemplo, costuma demorar mais do que o segundo. Mas fatores como o peso do bebé, sua posição, a forma da bacia e outros mais podem encurtar ou prolongar esse momento.
A segunda fase é o período expulsivo, que se inicia quando o colo está totalmente dilatado e vai até a saída do bebê. Nesse momento, as contrações acontecem a cada 2 ou 3 minutos e duram cerca de 60 segundos. Esta fase, em geral, é mais longa para as mulheres que estão tendo seu primeiro filho e pode durar até três horas. E nela que a mulher sente uma necessidade muito intensa de empurrar.
O terceiro período é o do deslocamento, descida e expulsão da placenta e membranas. Depois do nascimento, o útero de retrai e a placenta começa a se descolar. Em geral, ainda se pede que a mulher faça força para facilitar a expulsão da placenta.
A quarta fase é a primeira hora que se segue à saída da placenta. No período de restabelecimento a preocupação é o estado geral da mulher (e do bebê, claro). Afinal, são os primeiros momentos em família. Para evitar as hemorróidas (sim, elas podem surgir) é preciso fazer massagens no fundo do útero e isso pode gerar um pouco de desconforto.
Segundo o obstetra, alguns dias antes de iniciado o trabalho de parto, alguns sinais são percebidos pela gestante, tais como:
– Descida do ventre: que significa que o feto está se encaixando.
– Melhora da falta de ar, devido à descida do ventre.
– Perda de muco pela vagina: nem sempre é percebida pela mulher e, às vezes, pode vir tingida de sangue.
– Dores lombares mais acentuadas.
– Contrações espaçadas que pouco a pouco vão se tornando mais intensas e frequentes.
O médico alerta para alguns problemas que podem surgir na gestação e que precisam ser acompanhados.
– Caso a gestante sinta maior necessidade de ingerir líquidos e de urinar, pode estar desenvolvendo um quadro de diabetes gestacional. É importante comunicar os sintomas para o médico, que vai tomar as devidas providências. Outro grande fantasma da gravidez é a eclâmpsia. Comunique ao médico sempre que sentir dores de cabeça contínuas que não melhoram com analgésicos, visão perturbada por “estrelinhas”, edema de face, mãos, pés, pernas e aumento súbito de peso.
Segundo ele, os movimentos fetais começam a ser notados pela gestante por volta da 18ª a 21º semana. Porém, isso é variável. Caso esse processo já tenha sido iniciado e haja uma parada dos movimentos fetais, o médico precisa ser comunicado imediatamente.
– A perda do líquido amniótico também é um fato que preocupa as gestantes pois costumam associar a perda do líquido a um parto imediato, o que na maioria das vezes não ocorre.
É importante lembrar que o sucesso do parto depende de um acompanhamento pré-natal bem feito e do esclarecimento da gestante.