A figura do Bom Velhinho pertence ao imaginário infantil. Feliz Natal!
É véspera de Natal e o presente que seu filho pediu a Papai Noel já deve estar bem escondidinho. A fantasia do Bom Velhinho que traz presentes para as crianças que se comportaram bem durante o ano não morre. Elas crescem, descobrem a verdade, mas a tradição segue. Para a jornalista Jacqueline Costa Lazera, mãe de Leo, de 9 anos, e Rafa, de 5, é importante incentivar os pequenos a acreditarem em Papai Noel:
– Enriquece o imaginário deles. Acho que o mundo de fantasia é fundamental para a criatividade da criança. E essa fantasia, a brincadeira e a imaginação ajudam a lidar com os sentimentos. Além disso, parar de acreditar é um processo pelo qual eles passam naturalmente. O Leo, meu filho mais velho, já não acredita mais. Mas conversamos e ele topou não contar para o Rafa, a verdade – diz.
Já para a pequena Manuela, de 2 anos e meio, esse é o primeiro Natal em que entende melhor quem é Papai Noel. Sua mãe, a jornalista Lucianne Carneiro, conta que explicou que ela poderia pedir um presente:
– Primeiro, ela disse que queria uma bicicleta. Mas, como temos uma bicicleta que era da prima mais velha, não vi muito sentido em comprar uma nova. Sugeri que ela pedisse uma boneca Lalaloopsy, que é de um desenho da TV, e que eu já tinha comprado numa viagem.
A estratégia deu tão certo que ela agora sempre fala da boneca. Um dia, ao chegar do trabalho, Lucianne flagrou a pequena e o pai, Sandro Barretto, escrevendo uma carta para o Papai Noel, com um adesivo da boneca para não ter erro.
– Como no ano passado, pretendemos colocar o presente na árvore de Natal. Confesso que ainda não conversamos sobre o que falaremos quando ela perguntar se Papai Noel existe mesmo, mas acho muito importante hoje estimular o imaginário. A infância é o momento da leveza e da alegria. Sandro concorda:
– A Manu está em uma fase mágica e de encantamento. Figuras como o Papai Noel e coelho da Páscoa compõem esse mundo de fantasia tanto quanto as princesas da Disney. Não há motivo para acabar com essa magia para “mostrar a verdade”. Até porque a verdade não é “papai noel não existe”, mas que a vida pode ser mais especial se tiver um pouco de magia. Afinal, como disse a atendente da loja da Disney: “How can I make your day more magical?” (Como posso tornar seu dia mais mágico?).
Algumas crianças, desde cedo, entendem que o Bom Velhinho, nada mais é do que um homem fantasiado e que o presente, quem providencia, são os pais. Mas nem por isso a figura do Papai Noel perde sua magia. A estudante de psicologia Vanessa Ramalho, mãe de Giovanni, de 14 anos, e Filipe, de 11, conta que o mais novo se encantava com Papai Noel, embora soubesse desde os 5 anos que não era uma figura real.
– Ele sempre viveu a fantasia dos personagens. Mesmo sabendo que era um homem fantasiado, a caracterização por si só já tinha poder de levá-lo ao mundo da imaginação.