Veja as orientações do obstetra Renato Sá, da Perinatal
Época de férias é também época de viagens para muitas famílias. E viajar é muito bom, né? Mas se você está grávida é preciso seguir algumas orientações antes de colocar o pé na estrada. São cuidados preventivos, mas nada que impeça a gestante de curtir a viagem, seja de ônibus, carro ou avião.
De acordo com o ginecologista e obstetra Renato Sá, coordenador de Assistência Obstétrica da Perinatal, a principal recomendação é em relação ao tempo que a gestante passa sentada. Em viagens de carro, é preciso parar e caminhar um pouco. No avião, deve-se levantar algumas vezes e fazer exercícios com as pernas. Recomendações importantes para evitar trombose.
– A gestação é vista como uma situação de risco para trombose porque a natureza tem que se preparar para o momento do parto, quando o sangramento se dá de forma mais intensa (a mulher pode perder de 500ml a 1000ml de sangue no parto). Assim, todo o sistema de coagulação está intensificado na gravidez e no pós-parto. Por um lado é bom porque o sangramento do parto (após a saída da placenta) finaliza mais rapidamente, por outro lado, este estado de “hipercoagulabilidade” propicia a trombose – explica o médico.
Entre os preparativos para a viagem, não pode faltar a consulta médica. E não é uma orientação apenas para quem está de barrigão. O início da gravidez também merece atenção.
– Os cuidados são os mesmos. Uma boa dica é sempre consultar o obstetra antes de programar a viagem para que ele possa avaliar os cuidados necessários. Por exemplo: será necessário alguma vacina especial (só recordar aqui os surtos de febre-amarela, dengue , zica…)? É uma região de risco de epidemia que possa comprometer a saúde da mãe e do bebê? – avalia Renato Sá.
Conforme a barriga vai crescendo, aumentam também os cuidados. Viajar dirigindo, por exemplo, não é nada recomendável.
– Depois que a barriga começa a crescer aí deve evitar mesmo, porque o volante pode ser um risco para o bebê em caso de acidente. Lembrar que o próprio cinto de segurança deve ser colocado de maneira especial na gestante para proteger a barriga. Dirigir no final da gestação se puder ser evitado é melhor: mais seguro para mãe e o bebê – destaca o médico.
A partir do oitavo mês, as viagens só devem ser feitas em caso de muita necessidade. Companhias aéreas por exemplo, costumam restringir o embarque por conta do risco do trabalho de parto.
– O problema não está nem no avião nem no carro, mas no risco do parto acontecer em uma situação com a assistência prejudicada (por exemplo dentro de um avião) o que pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê – diz o obstetra.