Jovens vovós

Mulheres na faixa dos 40 anos que já estão curtindo os netinhos

Para muitas mulheres, a maternidade só acontece na casa dos 30 e até dos 40 anos. Para outras, é nessa faixa etária que elas ganham os primeiros netinhos. Mulheres jovens, longe da aposentadoria, sem cabelos brancos, que em nada se parecem com a tradicional figura da vovó a que nos acostumamos. Mas que confirmam que a corujice nesta fase é em dobro.

– Acho que fui avó cedo. Mas tô gostando tanto, que vivo em função da Valentina. Quando chego em casa do trabalho na quinta-feira, já deixo tudo arrumado e adiantado para poder curtir a minha netinha no fim de semana – conta a secretária Sandra Regina Jardim Gomes Santos, de 40 anos, vó de Valentina, de três meses.

Sandra foi mãe, aos 17 anos, e conhece bem as dificuldades de cuidar de uma criança quando se é muito jovem. Por isso, sempre teve a preocupação de orientar o filho, Vinicius, em relação a isso. Mas não encarou a chegada da netinha como problema.

– Foi uma surpresa, claro, mas meu filho já namorava a minha nora desde os 14 anos. Hoje, ele tem 23. Os dois estão se formando na universidade. Fui mãe cedo e tive que abrir mão de muita coisa, e era essa a minha preocupação. Mas eles têm um relacionamento longo, estudam – avalia Sandra.

A primeira neta da professora e diretora de creche Ana Kátia Farias Pedrosa, de 48 anos, nasceu há 10 anos. Várias vezes, pessoas que nãos as conheciam achavam que ela era mãe de Ana Clara.

– A princípio fiquei meio apreensiva, meu filho tinha apenas 20 anos e a esposa dele, 21. Estavam começando a construir a vida juntos. Mas, depois do susto, só curti. Acompanhei minha nora nas consultas médicas, conversava muito com a minha neta ainda na barriga. Quando saia sozinha com ela, as pessoas achavam que era a minha filha. Agora ela já me apresenta como avó, e diz “ela é muito nova, não é?” – diz Ana Kátia, que foi mãe aos 16 anos.

Solteira e curtindo a vida, já que os três filhos estavam crescidos, Ana Kátia sentiu novamente o chamado da maternidade.

– Passei a me sentir também responsável pela Ana Clara. E, até hoje, meus netos estão em primeiro lugar. E as pessoas com quem eu me relaciono sabem disso. Passo um fim de semana com meu namorado e outro com meus netos e filhos – conta a professora, que também é avó de Vítor, de 6 anos.

A gerente de logística Vania Souza não imaginava se tornar avó aos 42 anos. Mas encarou o anúncio da gravidez da filha, que estava com 20 anos, de forma positiva.

– Acho que nada acontece antes da hora e minha hora de ser avó chegou mais cedo do que para a maioria das mulheres. Gosto do fato de ainda ter energia para brincar, sentar no chão, pular, dançar, fazer tudo que posso para acompanhar minha neta nos melhores momentos da infância dela. Outra coisa boa é escutar assim: “Nossa, você é a avó? Pensei que fosse sua filha”, “Ah, mas você não tem cara de avó”. Ouvir isso também é muito bom – diz a vovó de Giovana, de 1 ano e três meses (foto em destaque).

Para Vania, ser avó é uma nova oportunidade. Um momento de rever a própria maneira de ter educado os filhos e as prioridades.

– Meus filhos cresceram tão rápido que mal me lembro se tive tempo de brincar com eles. Vejo a oportunidade de ser avó como uma “segunda chance”. Uma chance de fazer melhor do que já fiz antes. De acertar tudo que ficou faltando, e de dar o meu melhor – afirma.