Brincadeiras são ótimas para aproximar as crianças. Mal se conhecem e, quando a gente vê, já estão lá, brincando e se divertindo juntas. Mas e se este momento tão lúdico afastar em vez de atrair amiguinhos? Mãe de um menino de 7 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a jornalista Caroline Brandão aborda a questão no livro “O menino que não sabia brincar” (Ases da Literatura), mostrando que, para várias crianças, as brincadeiras são apenas diferentes, mas continuam tendo a mesma importância. Um livro infantil que vale para adultos também.
– A historinha se passa em um recreio escolar, quando uma menininha observa o seu amigo brincar de uma forma diferente. Inicialmente, ela pensa que ele não gosta dela, porque ela oferece muitas coisas para os dois brincarem juntos, mas, para ela, ele nem liga. Na verdade, o menino brincava de uma maneira diferente, ele gostava de rodar e correr. A menina logo se adapta e eles constroem uma linda amizade. Quando eu digo que vale para todo mundo, falo sobre este olhar e empatia. Tantas pessoas já passaram pelas nossas vidas com maneiras diferentes de pensar e agir e a gente logo os coloca de lado. Que a gente saiba ouvir mais, compreender o outro e perceber o quanto todos podem nos trazer novos aprendizados – explica a autora.
Caroline se inspirou na história (e nas brincadeiras) do próprio filho, Theo. E o retorno que ela tem recebido dos leitores mostra que o objetivo do livro está sendo alcançado. Crianças que identificaram coleguinhas nesta situação, pais que aproveitaram a obra para conversar com os filhos sobre o assunto, pessoas que aprenderam mais a respeito do autismo. E o retorno mais do que especial dos filhos, Theo e João, de 2 anos.
– Como Theo ainda é não verbal, recebi muitos sorrisos, beijos e abraços. E, toda vez que falamos sobre o livro em casa, ele já fica de radar ligado, sabe que aquela história conta sobre algo que ele vive.A primeira vez que contei para ele foi muito engraçado. Ele olhou aquela capa, com o menino cheio de cachinhos e me olhou também, como se dissesse: “sou eu, mãe?”. Conforme eu fui lendo, ele ia me olhando com uns sorrisinhos, uma carinha generosa. Acho que gostou. O irmão mais novo, o João, virou um grande incentivador da história. Fala para todo mundo que o irmão brinca diferente, igual ao “Menino que não sabia brincar”, uma graça. O próximo livro, inclusive, será sobre ele e esta linda relação de parceria construída com o irmão. Quando alguém pergunta, por exemplo, se o Theo não fala, o João já rebate: ele está aprendendo – conta Caroline.
Lançado pela editora Asinha, o livro “O menino que não sabia brincar” está à venda pela Amazon, Estante Virtual, Loja UmLivro, Grupo B2W (Submarino, Lojas Americanas e Shoptime), Magazine Luíza e Carrefour. No exterior, será vendido pela Amazon em países como, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Austrália, Países baixos, Suécia e Polônia.