Cansaço físico, alterações hormonais, questões emocionais. Apesar de toda a alegria com a chegada do bebê, nem sempre é fácil lidar com o pós-parto. Para muitas mulheres, até o desejo sexual diminui nos primeiros meses de maternidade. A falta de libido não é um problema, mas consequência das muitas mudanças no corpo feminino.
A psicóloga Blenda Oliveira explica a falta de desejo sexual no pós-parto e mostra como as mamães e os papais podem passar por essa fase. Segundo ela, a a exaustão mental e as noites mal dormidas podem atrapalhar tanto a mulher quanto o homem, já que não sobra tempo para além do bebê.
– A rotina de amamentar a cada duas ou três horas, trocar o bebê e fazê-lo dormir, também pode deixar a mulher menos receptiva aos carinhos alheios. Além disso, a atenção dela irá naturalmente se voltar mais a cuidar e zelar pela criança, fazendo com que o desejo sexual fique em segundo plano – diz Blenda, lembrando que a questão estética também pode ser um entrave. – Outro fator é a mudança do corpo da mulher, ele pode demorar a voltar ao seu estado antes da gravidez, e a vergonha pode atingi-la nesse intervalo de tempo. Isso pode fazer com que ela bloqueie vontades e atos sexuais.
O mais importante, de acordo com a psicóloga, é a mulher respeitar seu próprio tempo de adaptação à chegada do bebê.
– É uma grande responsabilidade e é normal que leve um tempo até tudo voltar aos eixos. Não se cobre e se permita voltar à vida sexual quando se sentir mais confortável. Tudo voltará ao normal e você pode sempre se apoiar em ajuda psicológica para isso. Lembre-se que todas as mamães passam ou passaram por isso – orienta.
A recomendação vale para os papais também, que podem entender e ajudar a parceira para que a relação seja retomada de forma saudável e prazerosa para o casal.
– Os homens precisam entender que o começo da maternidade, seja no primeiro, segundo, terceiro filho, requer paciência, atenção e cuidado por parte deles, tanto para a criança, quanto para a mulher. É normal que elas precisem dar mais atenção aos bebês até tudo entrar nos eixos, assim como também é normal que elas precisem de um tempo até se sentirem mais confortáveis à volta da vida sexual. São muitas as mudanças as quais elas passam nesse período da vida, tanto físicas quanto psicológicas, o parceiro não deve interferir no processo de decisão delas, e sim, dar suporte, carinho e amor – avalia Blenda.
Foto em destaque: Imagem de Stephanie Pratt por Pixabay