Boa parte do desenvolvimento dos pequenos se dá a partir das aulas de música
A escola, como muitos sabem, é um espaço de múltiplos aprendizados. Mas o conhecimento, muitas vezes, é medido e avaliado apenas em relação a leitura, escrita, fórmulas matemáticas e conhecimento de ciências. A escola, no entanto, tem espaço para disciplinas lúdicas e importantes para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Há mais de três décadas, o cantor e compositor Hamilton Catette dá aula de música para crianças, e atribui à disciplina boa parte do desenvolvimento dos pequenos.
– Trabalho desde 1980, portanto há 34 dando aula de música para a infância. Desenvolvo o trabalho com educação infantil, fundamental I, e coordenei por 18 anos a colônia de férias Tuverdim, que atendia a faixa etária de 6 à 15 anos de idade. A música
é importante nos diversos segmentos da vida, não só na escola. Mas nesse caso específico, além de promover momentos agradáveis, ela é favorável ao desenvolvimento cognitivo, motor, da percepção, emocional e linguístico. Uma simples ciranda tradicional pode estar desenvolvendo ao mesmo tempo estas áreas. Nos anos noventa, houve um grande alarde com as pesquisas europeias sobre o que chamavam de efeito Mozart. Esses estudos comprovaram que as crianças estimuladas com músicas mais elaboradas tinham melhor desenvolvimento escolar do que o grupo não exposto aos mesmos estímulos – diz Hamilton.
Formado também em Psicologia, o professor sempre teve interesse em trabalhar com educação infantil.
– Desde o tempo de estudante de Psicologia, comecei a pesquisar a influência da música no desenvolvimento infantil. Acho que o estudo da Psicologia do desenvolvimento é fundamental para quem quer trabalhar bem com a infância em qualquer área, não só a música – avalia.
Hamilton integra o grupo Mitaí, ao lado dos músicos Liza K, Gabriel Pontes, Arthus Fochi e Taíssa Mattos. O trabalho do grupo também é voltado para música de qualidade para a infância.
– Todos são muito comprometidos em proporcionar uma música educativa, dinâmica e com arranjos inovadores que não menosprezem ao exigente gosto de pais e filhos ouvintes – afirma o professor.