Instituição internacional promove cirurgias de correção de fissura labiopalatal
Existe algo mais lindo do que o sorriso de uma criança? Para os leitores do Quem Coruja, certamente, não. Por isso, destacamos hoje o trabalho realizado em todo o mundo pela Smile Train, uma instituição internacional de caridade infantil, que atua no Brasil há 15 anos. Trata-se de uma rede formada por médicos e profissionais de saúde, que realizam cirurgias corretivas de fissura labiopalatal, tipo de má formação no lábio superior e no céu da boca.
– No Brasil, a estatística é de um caso a cada 650 nascidos vivos. No mundo, mais de 170 mil nascem com fissura por ano. No Brasil, são mais de 4.300 casos por ano; cerca de 11 nascem com fissura a cada dia – diz Mariane Goes, gerente de Programas da Smile Train Brasil.
Segundo ela, a Smile Train realiza mais de 14 mil cirurgias por ano, cerca de sete ao dia. E o procedimento cirúrgico, gratuito para as famílias, além de corrigir o problema, é muito importante para a autoestima das crianças.
– A fissura labiopalatal é um problema tanto de saúde quanto social, pois os pacientes sofrem também com o preconceito e a discriminação em função da deformidade provocada. Por isso, é muito importante dar o tratamento adequado, garantindo ao paciente uma boa qualidade de vida – diz Mariane.
Ela ressalta também que todos os casos têm correção, mas a cirurgia é feita de acordo com os limites de segurança para cada criança, o que é avaliado pelos médicos.
– A cirurgia de correção é procedimento simples mas que deve ser realizado com segurança e qualidade. Há idades adequadas para a realização das cirurgias. Para correção da fissura de lábio, o bebê precisa ter, no mínimo, três meses. Já para a de palato, só pode ser feita a partir do sexto mês. Mas há exceções e, em todos os casos, cada médico segue protocolo específico, desde que esteja no limite de segurança – afirma.
O sorriso bonito no alto desta matéria é de Lucas, de 7 anos, ao lado da mamãe dele, Patrícia de Oliveira. O menino fez a cirurgia para correção de fissura labial antes de 1 ano de idade, no Hospital Municipal Nossa Senhora de Loreto, na Ilha do Governador, Rio. Já passou também por cirurgia de palato e, hoje, faz tratamento com fonoaudióloga para melhorar a voz. Lucas participa de coral formado por pacientes do hospital, que é parceiro da Smile Train, e, segundo Patrícia, isso tem ajudado o filho a se socializar mais com os amiguinhos na
escola.
A Smile Train conta, atualmente, com 30 parceiros no país. São centros de apoio dentro de hospitais, que podem ser procurados pelas famílias, pois realizam atendimentos contínuos e gratuitos. No mundo, são cerca de mil hospitais parceiros e mais de 2 mil cirurgiões capacitados.
– Recentemente, atingimos o marco de 1 milhão de cirurgias realizadas no mundo – comemora Mariane.
Mês passado, a Smile Train promoveu um mutirão no Hospital Regional Jofre Cohen, em Parintins, Amazonas. A missão foi realizada em parceria com a ONG Amazon Outreach, que já atua na Amazônia na busca por pacientes que precisam desse tratamento. Cerca de 70 cirurgias foram realizadas.
Por se tratar de uma má formação, a fissura labiopalatal pode acabar prejudicando a amamentação. Veja aqui o vídeo que ensina como amamentar o bebê que nasce com o problema. Confira também o filme dirigido por Katia Lund para a campanha 2014, “O poder de um sorriso”.