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Peça “Eu, Mãe” reflete sobre o tempo

Em “Eu, Mãe”, Cristina Fagundes busca registrar o seu presente para as filhas no futuro

Maternidade e passagem do tempo. A atriz e dramaturga Cristina Fagundes aborda os dois temas no monólogo “Eu, Mãe”, que estreia dia 7 de agosto, na Casa Rio, fazendo uma reflexão sobre o seu “eu” de agora para quando as filhas tiverem a idade dela.

“Eu quero que você, Nina, que hoje está com cinco anos, e que você, Bruna, que hoje está com três anos, possam, aí no futuro, me ver como eu sou hoje, no auge da saúde, da vitalidade. No auge da minha vida. E quero que assistam a essa gravação também quando tiverem quarenta e três anos de idade cada uma para que possamos por pelo menos uma vez na vida, num encontro único no tempo, ter a mesma idade. Eu queria ser amiga de vocês, ir caminhando junto com vocês, mas não posso, meu tempo é outro, eu vim primeiro. Então vamos fazer esse registro está bem? Esta cápsula do tempo.”

A peça, claro, é fruto da maternidade. Resultado profissional da experiência pessoal de Cristina.

– Eu tinha sido convidada para escrever uma peça sobre maternidade para um casal de amigos, mas eu estava grávida de Nina, minha primeira filha, e tive que adiar a escrita da peça. Mas quando tive minha filha, me dei conta de que não seria capaz de escrever sobre esse assunto para ninguém mais, que é tão pessoal isso de virar mãe, que agora eu tinha que escrever era para mim mesma. Fui amadurecendo a peça, e, quando tive outra filha, vi que teria que ser uma peça para elas duas – conta Cristina.

O monólogo será encenado na cozinha da Casa Rio,  que será  utilizada como cozinha mesmo. A atriz vai oferecer ao público chá de capim limão e preparar um café ao longo da peça. Neste clima de conversa em casa, vai contando aos espectadores, e registrando com a câmera para suas filhas, sua percepção da vida aos 43 anos de idade e mãe de duas meninas: Nina de 5 anos, e Bruna, de 3 anos.

– É uma peça de amor. Um reflexão profunda sobre os ciclos da vida e sobre o amor e os sustos da maternidade. É uma peça para mães, mas também para filhos, netos e avós/avôs. Ela brinca com o tempo para colocar questões que todos temos como a necessidade eterna de sermos amados e protegidos.

E, como o futuro é desconhecido, resta viver para ver.

– Não sei como vai ser, pois está tudo mudando muito rápido. Estamos entrando na era da Inteligência Artificial, que vai mudar tudo. Mas desejo que elas estejam felizes nesse novo mundo, realizadas, unidas e que eu esteja viva pra desfrutar disso.

A peça faz temporada na Casa Rio de de 7 a 29 de agosto, às quartas e quintas, sempre às 20h. Rua São João Batista, 105, Botafogo. Ingressos a R$ 50  e R$ 25  (meia). Classificação: 14 anos.

Fotos de Renato Mangolin/Divulgação

 

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