A importância do profissional como personagem político e transformador
Nossa sociedade vive um momento de profundas transformações. Não sabemos ao certo que caminho seguir e muito menos aonde iremos chegar. Mas o importante é que todo esse processo está nos levando a refletir sobre valores e atitudes. Nesse contexto incerto, profissionais da educação estão repensando sobre o papel que exercem.
A função de ensinar é muito anterior ao processo de criação das primeiras instituições educadoras da história. Estudos mostram que antes mesmo que a escrita fosse desenvolvida, a oralidade, em conjunto com outros processos comunicacionais, teve a importante função de repassar aquilo que era considerado importante. Aos poucos, foi surgindo a necessidade de se colocar pessoas específicas para o ensinamento de certas habilidades – surgindo, assim, o professor.
Há alguns anos ser professor era considerado um status, uma conquista, um orgulho. Mas, ao longo do tempo vimos todo esse encanto se desfazer. Diante dessa realidade, podemos considerar que é um desafio ser professor atualmente. Os obstáculos são muitos. Baixa remuneração, falta de segurança e condições desfavoráveis de trabalho são alguns deles. Além disso, é preciso manter uma formação continuada de qualidade se não quiser ser “engolido” por mudanças nas metodologias de ensino e pela invasão dos recursos tecnológicos e audiovisuais.
Portanto, ser professor atualmente é, dentre outras coisas:
Entender que a afetividade, o respeito e a confiança são o combustível para uma relação positiva com seus alunos.
Questionar as visões tradicionais de ensino, buscando entender a complexa realidade do mundo atual.
Despertar o potencial de cada um.
Encorajar as crianças a se arriscarem em novas possibilidades.
Incentivar os alunos à participação social como cidadãos ativos em suas comunidades.
Inspirar bons sentimentos e resgatar valores humanísticos que vem sendo continuamente desvalorizados no contexto das sociedades capitalistas.
Entender que nas relações com seus alunos é necessário levar em consideração as especificidades de cada faixa etária, observando e estimulando aspectos motores, sócio-afetivos, cognitivos e algumas vezes socioeconômicos.
Lutar todos os dias para que o ensino de qualidade seja direito de todos.
Sendo assim, o profissional da educação assume aqui um papel de extrema importância, sobretudo político.