Saúde

Prótese de silicone: antes, durante e após a amamentação

Cirurgiã Plástica explica mudanças nas mamas com próteses durante e após a gestação

A gravidez traz várias mudanças ao corpo da mulher, e as mamas, quase sempre, são bastante afetadas. Por isso, é muito comum surgir dúvidas em relação às próteses de silicone nos seios. A principal delas é a respeito da amamentação: afinal, o implante pode comprometê-la?

Segundo a cirurgiã plástica Carolina Schafer, da Clínica Derma Up, a prótese em si, não afeta a produção do leite.

– Costumo falar para as pacientes que a inclusão de prótese simples, tanto submuscular quanto subglandular sem a retirada de tecido da mama e sem mastopexia (suspensão das mamas), geralmente não altera a arquitetura das mamas e, portanto, não modifica os ductos lactíferos. O que pode acontecer em casos específicos é que a paciente submetida à inclusão de prótese geralmente apresenta mamas pequenas ou hipoplásicas (com pouco tecido mamário) e por conta disso pode encontrar dificuldades na amamentação, dificuldades estas que a mesma apresentaria com ou sem implante de silicone. Outra possível causa pode ser a alteração de sensibilidade provocada no mamilo que acontece, principalmente, nos casos de aumento de mamas ao redor da aréola. Isso ocorre por possíveis lesões de pequenos nervos de sensibilidade. As alterações de sensibilidade geralmente são transitórias, mas em alguns casos podem permanecer. A sensibilidade estimula conexões nervosas que estabelecem um mecanismo de estímulo hormonal para a produção de mais leite – explica.

Se a mulher pretende colocar a prótese antes da gestação deve saber também que isso não evitará as transformações comuns nas mamas durante a gravidez e amamentação.

– As alterações da mama continuam acontecendo mesmo com a presença da prótese. A glândula pode sofrer diminuição, aumento e, principalmente, flacidez e estrias após a gestação. Isso decorre do estímulo hormonal e da produção de leite com inchaço e redução posteriormente. A presença do silicone não é capaz de manter a mama endurecida e firme, e a paciente deve ser reavaliada após todo o processo para analisar se há ou não a necessidade de retirada de pele, ou outro procedimento extra – diz Carolina, lembrando que não há tempo mínimo para engravidar após o implante, mas o resultado pode ficar comprometido. –  Durante a gestação, as alterações hormonais provocam intensa transformação física e emocionais que podem gerar inchaço, estrias, celulite, varizes, acnes e melasmas. O estiramento da pele e as alterações nas fibras de colágeno provocam flacidez após a gestação . Todas essas mudanças podem comprometer o resultado da cirurgia e demandar retoques e novas cirurgias – diz Carolina.

No caso de um implante posterior à amamentação, a cirurgiã recomenda o intervalo de alguns meses para avaliação correta do procedimento e resultado satisfatório:

– Após a amamentação recomenda-se que se espere pelo menos seis meses para inclusão da prótese, considerando que a paciente não pretenda perder peso ou esteja com glândulas aumentadas pela produção de leite. Isso porque a mama é composta de glândula e gordura, e o emagrecimento promove redução das mamas e flacidez, enquanto que a presença de leite nas mamas produz uma mama mais inchada. Essas alterações podem falsear o diagnóstico do tamanho correto da mama, se deve haver ou não a retirada de pele, além de poder comprometer a prótese pela presença de leite.

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