A preocupação com a saúde mental tem aumentado e recebido a devida atenção da sociedade. Ainda há muito o que se desmistificar sobre o tema, mas hoje fala-se mais sobre o bem-estar emocional, inclusive de crianças e adolescentes. Neste Janeiro Branco, mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental e emocional, o Quem Coruja destaca a importância de médicos, educadores e pais estarem atentos ao estresse, a transtornos de comportamento e até a depressão na infância.
Saúde mental – Desenvolvimento emocional na infância
Nunca é cedo demais para cuidar da saúde mental. Segundo o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil André Ceballos, é na primeira infância, que vai até os seis anos de idade, o momento ideal para os pais ensinarem seus filhos a lidar com seus sentimentos mais profundos. Trata-se de um investimento a longo prazo.
“Pais e cuidadores podem fazer isso promovendo um ambiente acolhedor, sem julgamentos e aberto a conversas, onde os pequenos possam se desenvolver e ter suas escolhas, sentimentos e divergências respeitados ao longo de sua formação. Certamente, no futuro, eles se tornarão adultos saudáveis, felizes e confiantes”, explica o especialista.
O médico explica que, nos primeiros anos de vida, o cérebro infantil está em rápida expansão, absorvendo experiências que influenciam diretamente o desenvolvimento emocional e psicológico. “É nessa fase que elas aprendem a construir relações saudáveis, a reconhecer e gerenciar suas emoções e a explorar o mundo com curiosidade e segurança, por isso a atenção deve ser redobrada”.
Algumas orientações da André Ceballos que ajudam a promover saúde mental das crianças: :
Criação de um ambiente seguro
Um ambiente seguro é capaz de garantir que a criança se sinta acolhida e protegida, tanto física quanto emocionalmente. Além disso, ele promove diversos benefícios como o desenvolvimento saudável do cérebro, estimula a criação e a criatividade, favorece a interação social e protege a criança de possíveis traumas e situações marcantes.
Comunicação aberta
Incentivar a comunicação aberta sobre seus sentimentos. Ao fazer isso a criança tem mais autonomia e confiança para lidar com sentimentos complicados como a raiva, mágoa, tristeza e frustração e tendo os pais como principais ouvintes saberão para quem recorrer quando algo der errado. Por isso, é necessário sempre escutar com empatia, sem julgamentos e oferecer formas reais de resolver os problemas junto a criança.
Rotinas equilibradas
É fundamental estabelecer rotinas que proporcionem um equilíbrio entre momentos de aprendizagem, lazer e descanso. Um cronograma bem estruturado ajuda a criança a desenvolver disciplina e fornecer segurança emocional, criando um ambiente propício para o crescimento saudável. Reserve horários regulares para estudar, brincar e relaxar, garantindo que as crianças tenham tempo para explorar e também para recarregar suas energias.
Brincadeiras e interações
As atividades lúdicas desempenham um papel essencial no desenvolvimento infantil. Por meio de brincadeiras e interações, as crianças estimulam a criatividade, aprendem a socializar e a resolver conflitos de forma construtiva. Proporcione momentos para jogos em grupo e atividades ao ar livre, incentivando a convivência e a troca de experiências. Essas práticas são cruciais para o desenvolvimento emocional e social.
Apoio profissional
Não hesite em procurar ajuda de especialistas em casos de mudanças comportamentais significativas ou dificuldades emocionais persistentes. Isso pode ser necessário quando a criança demonstra um comportamento muito recluso, agressivo ou outro detalhe que chame a atenção dos pais. Toda ajuda é bem vinda em casos peculiares e extremos que necessitam de uma segunda opinião.
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Imagem em destaque: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay