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Primeiros socorros: o que fazer e não fazer

Médico intensivista pediátrico dá algumas orientações para casos de acidentes

Prevenir é sempre melhor do que remediar. Mas acidentes acontecem, e saber como agir quando as crianças se machucam pode ajudar bastante. Os primeiros socorros não substituem o atendimento médico especializado, mas são, muitas vezes, fundamentais para a recuperação da saúde. Em alguns casos, podem mesmo salvar vidas. Com a ajuda do pediatra Bruno Amaral, da clínica Nutrindo Ideais, que é médico intensivista pediátrico com certificado em Suporte de Vida Avançado em Pediatria (PALS) e membro do Comitê de Terapia Intensiva Pediátrica da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ), listamos algumas medidas que podem auxiliar pais e responsáveis em casos de acidentes com as crianças.

Em caso de sangramento – “As primeiras medidas diante de sangramento devem ser identificar o que aconteceu, a fonte de sangramento, o volume de sangue (sangra muito? O sangramento é em jato?) e comprimir diretamente o local com pano limpo ou gaze estéril. Se houver jato de sangue (sangramento arterial), deve-se procurar um serviço de emergência o mais rapidamente possível”.

Engasgo – “O engasgo ocorre por obstrução parcial ou total da passagem de ar das vias aéreas superiores até o pulmão. Ele pode ser parcial (ainda ouviremos tosse ou outros ruídos respiratórios) ou total (ausência total de som, geralmente, associado com um olhar de pavor e as mãos na garganta). Se a obstrução for parcial, observe a criança e mostre-se pronta a ajudar. Diante da obstrução total, é necessário iniciar a manobra de Heimlich (cuja técnica vai variar de acordo com a idade da criança), que tem como objetivo aumentar de forma abrupta a pressão no abdome, fazendo que o ar saia dos pulmões sob pressão, no objetivo de expulsar o corpo estranho”.

Queimaduras – “Diante das queimaduras, o mais importante é o que não fazer. Não colocar qualquer produto, como pasta de dente, café ou outras substâncias sobre a queimadura. Isso pode dificultar a avaliação médica, vai gerar a necessidade de retirada do produto (que pode gerar dor intensa) e aumentar o risco de infecções. Deve-se resfriar o local com água fria corrente (não é gelada e nem gelo) o mais rapidamente possível. Se houver perda de pele, chamar um serviço de emergência imediatamente e cobrir a vítima com cobertor seco para evitar a perda de calor”.

Afogamento – “Em caso de afogamento, é preciso que a vítima seja retirada da água (por alguém que saiba nadar, ou teremos duas vítimas), seja colocada em local seco e que ela seja estimulada vigorosamente. É preciso observar se ela tosse ou tem respiração efetiva, bem como se ela manifesta consciência. Se nenhum desses sinais clínicos estiver presente, deve-se proceder as duas “ventilações de resgate” – fechar as duas narinas, e fazer duas respirações gentilmente, com duração de aproximadamente um segundo cada. Posteriormente, devem ser iniciadas as manobras de reanimação”.

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