Saúde

Chupeta: um assunto polêmico

Sociedade Brasileira de Pediatra orienta que os pais sejam informados dos prós e contras para tomar a decisão

Prática adotada amplamente entre as famílias, a utilização de chupetas está longe de ser consenso entre os profissionais de saúde. De acordo com o pediatra José Gabel, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso de chupetas é relatado na literatura médica pela primeira vez em 1473. No entanto, manuscritos que remontam ao século II já se referiam a objetos açucarados que eram usados para acalmar os recém-nascidos.

– O habito de uso de chupetas é cultural, propagado de geração a geração, acalma a criança e é extremamente acessível para toda população. Mas muitos especialistas rejeitam a chupeta pelos problemas decorrentes de seu uso – afirma o médico.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que os pais sejam informados dos prós e dos contras do uso da chupeta, e junto ao seu pediatra, possam tomar uma decisão quanto a oferecê-la, ou não, aos seus bebês. Segundo o médico, o reflexo da sucção é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do bebê – que pode ser observado por ultrassom gestacional, chupando o dedo. O ato de mamar e sugar no seio materno, além de saciar a fome, é importante para o desenvolvimento de toda a musculatura e ossos crânio-faciais. É importante também para o desenvolvimento do vínculo mãe-bebê.

O ideal, diz o médico, é que a criança largue a chupeta sozinha, pois sua necessidade de chupar algo deve diminuir naturalmente conforme ela cresce. Mas os pais podem ajudar:

– Algumas medidas são ocupar a mão da criança com brinquedos, encorajá-la a ficar sem a chupeta e elogiar quando ela conseguir, diminuir os períodos de o uso da chupeta, restringir a chupeta para hora de dormir – orienta.

Os prós

– Pode ser um calmante imediato do choro

– Alguns estudos sugerem um efeito protetor contra morte súbita, mas o assunto ainda é controverso

Os contras

– O uso de chupetas está associado à maior chance de candidíase oral (sapinho) e verminoses

– Pode trazer prejuízos respiratórios, levando à respiração bucal

– Desenvolvimento de infecções de ouvido, rinites e amigdalites, que são consequências da respiração oral

– A chupeta pode impedir o estabelecimento da mamada e induzir ao desmame.

– Pode provocar asfixia, intoxicações ou alergias e aumenta o risco de cáries, infecções e parasitoses intestinais.

 

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