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Escolas para todos

Movimento Paratodos promove reflexão e ações em prol de uma educação inclusiva

Impossível ficar indiferente quando o assunto é nossos filhos. Mais ainda quando eles são tratados como diferentes. Como fazê-los se sentirem inseridos num mundo em que, a despeito de leis e discursos politicamente corretos, os espaços ainda são exclusivos e excludentes, a começar pela escola?

Para um grupo de mães, o assunto se tornou engajamento, e, juntas, criaram o Paratodos, movimento de reflexão e atuação acerca das dificuldades de inserir crianças com necessidades especiais, sobretudo em instituições de ensino.

– O Paratodos surgiu, há um ano e meio, mais ou menos, a partir do momento que percebemos que era preciso provocar reflexões sobre inclusão, em especial no ambiente escolar. Isso partiu, naturalmente, das nossas próprias experiências. Temos, cada uma de nós do Paratodos, filhos que necessitam de adaptações, precisam de um outro olhar. E vimos que, juntas, poderíamos não somente ajudar os nossos filhos, melhorar a vida deles, mas contribuir para transformar o mundo em que vivemos. Acreditamos firmemente que é possível provocar reflexões e mudanças. E acho que temos conseguido – diz Fabiana Ribeiro, uma das fundadoras do Paratodos (paratodos.net.br).

No site do movimento, informações, depoimentos, reflexões, tudo com o olhar cuidadosamente voltado para a questão da inclusão. O trabalho inclui reunião com escolas e realização de alguns eventos, como palestras. Nesta quarta-feira, dia 6, será realizada a segunda reunião da série “Grupo de Pais” (veja serviço), promovida pelo movimento. O objetivo, segundo Fabiana, é criar um espaço de trocas de conhecimentos.

– É um espaço para partilhar. Um espaço para pessoas contarem suas experiências e se sentirem que não estão sós. Muitas vezes, quem tem filhos com alguma questão pode se sentir isolado. Mas também queremos transformar, fazer mais gente pensar, dividindo as suas questões. E, para um grupo que busca mudanças, nada melhor do que trocar experiências. Assim, nos enriquecemos e fortalecemos. Afinal, dali podem sair ideias para se criar mais condições para incluir – afirma.

A série de encontros começou no dia 8 de abril. Há outros dois já agendados: 10 de junho e 1 de julho. Fabiana avalia de forma muito positiva a primeira conversa e acredita que os próximos encontros serão ainda mais proveitosos.

– Foi ótimo. Cerca de 20 pessoas se reuniram e conversaram, conversaram, conversaram. Tivemos até que esticar o tempo. Acho que cada um saiu com algo para pensar. No encontro, por exemplo, muitos pais saíram com o desejo de formar um grupo dos pais de inclusão da própria escola. Em grupo, os pais ganham mais força dentro da escola. Isso ficou bastante claro nesse encontro. Nos próximos, esperamos que saiamos daquela sala com sugestões concretas para levar para as escolas. Até porque a ideia não é somente conversar, formar um grupo de discussão, mas contribuir para a inclusão. Acreditamos que a inclusão é de responsabilidade de todos – escola e famílias. Então, a família terá muito o que levar para a escola a partir desses encontros – avalia Fabiana.

Para ela, e para todos os outros pais de crianças com necessidades especiais, não há dúvidas sobre a importância dessas reflexões e participações sociais para o objetivo a ser alcançado.

– A escola ideal é a escola que consegue atender a todos, respeitando todas as diversidades. Estamos em busca dessa escola – diz.

Serviço
Grupo de Pais – Próximos encontros:
6/5 – Flexibilização curricular e adaptação de material: saída possível?
10/6 – Inclusão e socialização: esse par de conceitos combina?
1/7 – Experiências bem sucedidas de inclusão: relatos de familiares.

Praia de Botafogo, 228, 2º andar – Centro de Convenções (Evento do Centron)
Das 19h às 21h
R$ 60 (por encontro)
Inscrições: grupodepais@eminclusao.com.br (30 vagas por encontro)

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