Alimentação Saúde

Como fazer a transição alimentar do bebê

foto: divulgação

Que alimentos são indicados ou devem ser evitados no primeiro ano de vida da criança

“Os próprios pediatras orientam a forma como devem ser incluídos os alimentos na dieta dos bebês. E seguir as recomendações é muito importante para garantir a saúde e o bom desenvolvimento da criança. Por isso, é sempre bom conhecer um pouco mais a respeito dos alimentos indicados e os que devem ser evitados no primeiro ano de vida”

O leite materno é um alimento completo e até os seis meses de vida ele é mais do que suficiente para alimentar o bebê.   Mas a partir daí, como deve ser a alimentação da criança? De acordo com a nutricionista materno-infantil Fernanda Granja, é a partir dos cinco meses que começa a transição alimentar, se a criança estiver sendo alimentada por fórmulas infantis, ainda que o leite materno não saia de cena por um bom tempo. Se ela estiver sendo amamentada de forma exclusiva pelo leite materno, a introduçào começa somente aos seis meses.

– Do nascimento aos dois meses, o bebê necessita de seis a oito refeições de leite por dia. De dois a quatro meses, o número pode cair para cinco a seis – mas ele estará mamando uma quantidade maior. Com cinco meses é preciso oferecer suco de fruta uma vez ao dia, além de intercalar as refeições com água. Somente a partir do sexto mês é necessário começar a introduzir outros alimentos – explica Fernanda.

Segundo a especialista, no quinto mês, a papinha de fruta deve substituir o leite no lanche da manhã e complementá-lo à tarde. A partir do sexto mês, o leite do almoço e do jantar passa a ser substituído pela papinha salgada.

– No décimo primeiro mês a criança já passa a comer uma refeição básica com a família. A essa altura, o lanche da tarde também passa a ser mais robusto com papa de fruta, leite materno e pão com recheio ou biscoito – orienta, lembrando que a comida sólida não substitui totalmente o peito pelo menos até o oitavo mês. (Confira o quadro abaixo)

Refeição

Até 4 meses

5 meses

6 a 8 meses

9 a 10 meses

11 a 12 meses

Café-da-manhã

Leite materno

Leite materno

Leite materno

Leite materno

Papa de fruta + leite materno

Lanche da manhã

Leite materno

Papa de fruta

Papa de fruta

Papa de fruta

Papa de fruta

Almoço

Leite materno

Leite materno

Papa salgada

Papa salgada

Refeição báscia da família

Lanche da tarde

Leite materno

Papa de fruta + leite materno

Papa de fruta + leite materno

Papa de fruta + leite materno

Papa de fruta + leite materno + pão com recheio ou biscoito

Jantar

Leite materno

Leite materno

Papa salgada

Papa salgada

Refeição básica da família

Lanche da noite

Leite materno

Leite materno

Leite materno

Leite materno

Leite materno

Pesquisas alertam que introduzir comida sólida muito antes do tempo pode aumentar os riscos de a criança vir a ter doenças crônicas como diabetes e obesidade, além de fazer com que ela recuse o leite materno mais cedo.

Como preparar papinhas salgadas

A nutricionista indica misturar alimentos de três grupos diferentes – carnes, hortaliças (verduras e legumes) e cereais e tubérculos – na preparação das papinhas salgadas.

– Pode-se utilizar carne bovina (músculo, coxão mole, patinho, acém), frango (sem pele) ou peixe (sem espinhas, como cação, badejo, linguado). Eventualmente, a carne pode ser substituída pelo ovo. Porém, para algumas crianças, a clara é alergênica. Por isso recomenda-se iniciar apenas com a gema. Somente após os dez meses é que se pode oferecer o ovo inteiro – afirma.

Com relação aos cereais, recomenda-se arroz, aveia, fubá, macarrãozinho. E quanto aos tubérculos, batata, mandioquinha, mandioca, inhame.

– Arroz, macarrão, mandioca, batata são alimentos que aumentam a densidade energética das sopas e papas. Assim, devem ser acrescidos aos poucos nestas preparações para aumentar as calorias, atendendo às necessidades das crianças em crescimento.

As preparações deverão ser cozidas, pastosas e peneiradas, nunca batidas no liquidificador. Depois, aos sete meses, passarão a ser amassadas, mas não mais peneiradas. E, finalmente, aos oito meses, é importante dar à criança papas com alguns pedacinhos de alimentos.

– Isto porque a criança precisa criar o hábito de se alimentar de forma consciente, vendo os alimentos e distinguindo seus sabores. É necessário também que ela exercite os músculos maxilares preparando-os para suas demais funções, como a fala e deglutição. Através da mastigação serão desenvolvidos movimentos de língua, lábios e mandíbula que são importantes na preparação da musculatura da boca para a articulação.

Que alimentos devem ser evitados

Por serem potencialmente alergênicos:

Leite de vaca fresco: é comum crianças no período de desmame apresentarem intolerância à lactose (açúcar do leite) e alergia às proteínas que compõe este alimento. É melhor não oferecer até o segundo ano de vida.

Clara do ovo: em sua composição há uma cadeia química de proteína de difícil digestão para criança menor de um ano.

Frutos do mar e castanhas em geral: apresentam proteínas altamente alergênicas

Carne de porco

Por oferecerem risco de contaminação:

Enlatados.

Embutidos: como presunto, peito de peru salsichas, salames, etc

Mel: porque pode estar contaminado com a bactéria Clostridium botulinum que é perigosa para bebês, pois o sistema gastrointestinal ainda é imaturo

Confira outras orientações da nutricionista Fernanda Granja:

– Não dê mais do que um alimento novo a cada dois dias;

– Oferecer pequenas porções dos alimentos novos (duas colheres de chá);

– Não tenha medo de testar novamente um alimento que o bebê previamente não tenha gostado. A criança deve experimentar 18 vezes cada alimento. Antes disso ela não é capaz de discernir se gosta ou não;

– Nunca force a criança ingerir mais comida do que a desejada;

– Tente variar a alimentação, não apenas para encorajar o bebê a experimentar novos gostos, mas para reduzir a probabilidade de alergia alimentar;

– A expressão do rosto conta muito na hora da alimentação. Se a pessoa que estiver oferecendo o alimento fizer “cara feia” ou fizer com pressa ou sem paciência,  a criança percebe e associa aquilo à comida, achando que está ruim. Por isso, faça expressões alegres quando estiver oferecendo alguma coisa e tenha paciência.

(3) Comentários

  1. […] Clique aqui para ler a “Como fazer a transição alimentar do bebê”. E para completar clique aqui nesse post que escrevi a algum tempo sobre a introdução alimentar. […]

  2. -- diz:

    Tá bem desatualizado esse “cardápio”. Até o sexto mês, a OMS recomenda SOMENTE leite materno ou fórmula. Introdução alimentar só a partir disso, não dos cinco meses. Papinhas são só até o nono mês, depois disso a criança já pode comer a fruta picada. E NUNCA oferecer “biscoito”, açúcares devem ser evitados até o segundo ano ou mais, se possível.
    Por favor, atualizem essa lista. Não está certo passar informações erradas.

    1. Fadua Matuck diz:

      Oi, Tarsila.
      Agradecemos seu comentário. Estamos preparando uma outra matéria sobre transição alimentar para esclarecer possíveis dúvidas.

      Equipe Quem Coruja

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