Doenças raras, como o próprio nome diz, não são frequentes na população. Mas existem e costumam trazer muitos transtornos não apenas por serem doenças, mas por, muitas vezes, serem tardiamente diagnosticadas. Quanto mais cedo puderem ser identificadas, mais chances de tratamento e melhores condições de vida terá a pessoa. É com esse intuito que o teste MeuDNA Bochechinha chega ao mercado. Desenvolvido pelo laboratório Mendelics e comercializado pela rede de farmácias Pague Menos, o exame é capaz de identificar até 320 doenças a partir de amostras da saliva do bebê.
Teste da bochechinha não substitui teste do pezinho
O MeuDNA Bochechinha não substitui o teste do pezinho, realizado nos primeiros dias de vida do bebê, oferecido no SUS e, de forma mais ampliada, na rede particular. Trata-se de um exame complementar, que mesmo aumentando consideravelmente a quantidade de doenças que podem ser diagnosticadas (doenças genéticas) não identifica doenças infecciosas e algumas formas de hipotireoidismo congênito.
Essas e outras observações sobre o teste foram explicadas em evento online, que reuniu alguns médicos, na terça (20). O Quem Coruja acompanhou o encontro virtual, que contou com as explicações do neuropediatra e diretor médico do laboratório Mendelics, Fernando Kok; da neuropediatra e médica geneticista do Mendelics, Fernanda Monti; e da doutora em Biotecnologia e especialista em genética médica, Ellaine Carvalho, sem vínculo com o laboratório. O diretor de serviços farmacêuticos da rede Pague Menos, Albery Dias, falou sobre a venda dos testes, e a jornalista Larissa Carvalho compartilhou sua experiência de mãe e seu engajamento social na luta pela ampliação do teste do pezinho e pelo direito à informação sobre as possibilidades de triagem.
Teste da bochechinha – triagem é mais eficaz nos primeiros meses de vida
O teste pode ser realizado durante o primeiro ano do bebê, mas Fernando Kok ressaltou a importância dessa triagem acontecer nos primeiros três meses de vida.
– Quanto antes o exame for feito, maior o impacto positivo na vida da criança – explicou o neuropediatra, reforçando o fato de se tratar de um exame adicional, para complementar e não substituir o teste do pezinho.
Apesar da venda ser feita diretamente ao consumidor, sem a necessidade de pedido médico, Ellaine Carvalho recomendou a orientação e acompanhamento de especialistas antes da realização e depois dos resultados. E Fernanda Monti destacou a importância das demais triagens neonatais (teste do olhinho, teste da orelhinha, teste do coraçãozinho e teste do pezinho), lembrando que o objetivo de qualquer triagem é, achando a suspeita da doença, submeter a criança a exames confirmatórios.
Teste da bochechinha – Amplia acesso a exames de triagem neonatal
O teste MeuDNA Bochechinha é mais um acesso importante à informação que vem ao encontro do trabalho desenvolvido pela jornalista Larissa Carvalho. Mãe de Théo, portador de Acidúria Glutárica, ela tem atuado para que cada vez mais famílias saibam das possibilidades que vão além do teste do pezinho oferecido pelo SUS, que, apesar de importante, detecta apenas seis doenças.
– Médicos competentes não me alertaram sobre o teste do pezinho da área particular – contou Larissa, que não pôde procurar tratamento adequado para o filho porque o diagnóstico só veio quando o menino estava com 1 ano e 10 meses, já afetado pela perda de neurônios em consequência da doença.
O teste MeuDNA Bochechinha já está à venda em lojas da rede Pague Menos em Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Custa R$ 1.099 e pode ser parcelado em seis vezes.
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