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Brincadeiras que não envelhecem – A importância do brincar

Para muitas crianças, as brincadeiras cabem, literalmente, na palma da mão. Estão acostumadas a jogos e aplicativos disponíveis na telinha de tablets e smartphones. Esse tipo de distração faz parte da época em que vivem, mas pode ser bem divertido também, e necessário, resgatar brincadeiras antigas para entreter os pequenos.

Para Marina Pedrosa, coordenadora da Educação Infantil e 1º Ano, do Colégio Augusto Laranja, em São Paulo, brincadeiras como mímica, batata quente e amarelinha continuam válidas e muito importantes para o desenvolvimento das crianças.

– Essas brincadeiras nunca envelhecem porque trazem a ludicidade em sua raiz. Resgatam uma cultura que não deve ser deixada para trás e, em tempos de grandes avanços tecnológicos, tais brincadeiras nos trazem os desafios motores e criativos, uma vez que são um abandono aos brinquedos industrializados (videogames, tablets e afins) e as crianças têm que usar a criatividade para tornar a brincadeira cada vez mais divertida. Elas promovem a socialização, o compartilhamento e resolução de problemas. É numa brincadeira de roda que todos têm que se olhar, por exemplo. São brincadeiras que cooperam bastante com o desenvolvimento emocional e físico das crianças – avalia.

Brincando em tempos de pandemia

Não há dúvidas sobre a importância dessa socialização que as brincadeiras mais tradicionais promovem. Mas também não se pode ignorar o fato de ainda ser necessário manter o distanciamento social por conta da pandemia de Covid-19. Crianças gostam de brincar com outras crianças, mas também gostam muito de brincar com os próprios pais.

– Quando os pais brincam com as crianças, os dois lados são muito favorecidos. Brincar em família é importantíssimo para o fortalecimento dos vínculos da unidade familiar. Favorece o diálogo a longo prazo na vida e o desenvolvimento dessa criança. Além do que, em algumas brincadeiras, os pais também podem conhecer melhor seus filhos, suas habilidades ou até mesmo alguma questão que não esteja conseguindo resolver. A criança aprende por meio das brincadeiras e aprende também pelo vínculo. Qual o melhor vínculo afetivo que não o da família? No entanto, apesar desses benefícios, os pais devem ter em mente que estão ali para se divertir. E esse deve ser o único fim: diversão, tempo de qualidade com seus filhos – lembra Marina Pedrosa.

Veja as sugestões de Marina para brincadeiras que, além de contribuírem para o desenvolvimento cognitivo das crianças, ajudam a diminuir o sedentarismo em tempos de excesso de telas.

Mímica
“Já que o atual cenário restringiu o contato físico, é necessário encontrar formas que estimulem a comunicação das crianças. Este formato ajuda a explorar a criatividade e, também, auxilia na interação social. Esse tempo junto é algo inestimável e as imitações ou representações passam a ser aprendizado cognitivo, diminuem o sedentarismo e, consequentemente, ajudam na saúde física”.

Teatro e apresentações
“O segredo de uma boa brincadeira é estar entregue à situação, presente, sem celular ou televisão, interagindo e sendo interlocutor das crianças com boas perguntas e colocações que deem riqueza à proposta da criança”.

Batata quente
“A atividade requer profunda atenção, pensamento concentrado e ágil para repassar o que está em suas mãos e também atua no entendimento do sentimento de frustração ao ser eliminado”.

Dança das cadeiras e Amarelinha
“Por trás de cada um desses passatempos há benefícios físicos e mentais. Portanto, quando chamamos as crianças para brincar não estamos fornecendo apenas diversão, mas criando memórias que tendem a facilitar a passar esse período de maior tensão com menos ansiedade e sedentarismo”.

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Foto em destaque: Imagem de Silas Camargo Silão por Pixabay  

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