Família

As delícias de ser dinda

Três mulheres em momentos diferentes de vida contam sobre a experiência de ser madrinha

Claudia Ferrari e a afilhada Bruna, de 2 anos
Claudia Ferrari e a afilhada Bruna, de 2 anos. Foto: Arquivo pessoal

“Ser dinda é maravilhoso!”, concordam a publicitária Sandra Araújo, a advogada Mélaine Rouge e a jornalista Claudia Ferrari. Para elas, é delicioso poder participar de todos os momentos da criança, auxiliar na educação, acompanhar o desenvolvimento, mas também brincar e mimar muito.

– É dividir com os pais a responsabilidade de educar, corrigir, mas é também corujar – afirma Claudia, que é dinda de sete: Bruna Xavier, Lívia Ferrari, Cesar Quadros, Lucas Oliveira, Adriana Panico, Vanessa Ferrari e Bruna Faria, a mais nova, de 2 anos, que interpreta a Bia da novela “Em família”, da TV Globo.

A jornalista de 43 anos, mãe de Caio, com 20 anos, ficou muito emocionada quando Vera, a irmã caçula, a convidou para ser madrinha de sua primeira filha.

– Minha irmã e eu sempre tivemos uma relação meio de mãe e filha e, apesar da diferença de idade ser de seis anos, cuidava da Verinha como uma filha, corrigindo, socorrendo. Agora faço o mesmo com a Bruna. Acompanhei e ajudei no entrosamento entre mãe e filha nas primeiras mamadas. Também auxiliei nas primeiras trocas de fraldas. Foi como viver novamente a experiência de ser mãe, pois o Caio já tinha quase 18 anos. Curti meus outros afilhados e meu filho, mas a Bruna chegou em um momento de maior maturidade e pude viver de certa forma com ela o que vivi com meu filho, mas de maneira diferente, mais tranquila, mais madura – conta.

E mesmo tão pequena ainda, Bruna é a companhia preferida de Claudia para comprar sapatos.

– Com a Bruna me realizo. Como não tenha filha, adoro sair com ela para comprar sapatos. Uma vez, em Penedo, passamos por uma loja e ela ficou louca por umas galochas fashion, nº 37. Queria porque queria que eu comprasse aquelas botas enormes. Por fim, consegui convencê-la a levar uma parecida do tamanho dela. Outra vez estava escolhendo a cor de uma sapatilha e ela queria as duas – lembra.

A dinda ficou preocupada quando soube que Bruna iria participar da novela, mas é só orgulho:

– Fico super coruja e orgulhosa em vê- la na telinha. Quando soube que ela ia participar da novela, fiquei preocupada como seria para a cabeça dela. Afinal, é muito nova, em um universo completamente novo. Como ela separaria a realidade da ficção? Mas ela está sabendo entender. Na primeira semana de trabalho fui encontrá-la após a gravação e ela disse: “Dinda, agora não sou mais a Bia. Agora eu sou a Bruna”.

A advogada Mélaine recebe o chamego de Catharina, de 5 anos
A advogada Mélaine recebe o chamego de Catharina, de 5 anos. Foto: Arquivo pessoal

Para essas mulheres, ser dinda é ser um pouco mãe. Mesmo para quem ainda não tem ou afirma não querer ter filhos. A advogada Mélaine Rouge, de 36 anos, por exemplo, não tem filhos ainda, mas já está treinando com as afilhadas Catharina, com quase 6 anos, – e seu irmão gêmeo Thomás, que, tecnicamente não é afilhado, mas é como se fosse -, e Carol, de um aninho.

– Sem as responsabilidades de mãe, sempre posso me preocupar com o lado lúdico, e também me orgulhar por serem todos lindos, saudáveis e inteligentes, como se mãe fosse… Amei a primeira vez que a Catharina me chamou de dinda, chorei horrores quando ela ligou pela primeira vez cantando “parabéns pra você” (ainda choro, na verdade, todas as vezes), e adoro o carinho que sei que ela tem por mim. Amo quando chego na casa da Carol e ela vem no meu colo, dá gargalhada, dorme comigo, me reconhece e se sente segura.

Mélaine tenta se fazer o mais presente possível. Hoje em dia, Catharina e Thomás têm uma agenda social intensa, por isso às vezes é difícil conseguir sair com eles ou visitá-los. Mas ela e o marido vão às festas da escola, apresentações de fim de ano e aniversários.

– Agora que são mais crescidinhos, posso leva-los para passear, como fiz pela primeira vez, recentemente, teatro e lanche. Eu adorei, e acho que eles também. Já dei banho na Catharina, fiz maquiagem (ela adora), penteei o cabelo… uma boneca! E me amarro quando posso estar com ela, em eventos sociais de amigos em comum, por que ela pede minha atenção o tempo todo, e isso é amor! – se derrete.

Mélaine paparica a afilhada Carol, na festinha de um ano. Foto: Arquivo pessoal
Mélaine paparica a afilhada Carol, na festinha de um ano. Foto: Arquivo pessoal

Já a Carol, por morar perto, é visitada pelo menos uma vez por semana.

– Já troquei fralda, dei banho, ajudo a trocar de roupa, coloco para dormir, dou mamadeira… (tudo com o auxílio e supervisão da mãe). Adoro participar da vida deles, e gostaria de ter mais tempo para estar mais próxima. Amo comprar presentes, e tudo o que vejo eu tenho vontade de dar…

A publicitária Sandra Araújo, de 42 anos, que não pretende ter filhos, é apaixonada pelo sobrinho e afilhado Mateus, de 8 anos.

– Não tenho nenhuma vontade de ter filhos, mas amo meu afilhado incondicionalmente, e amo ser dinda! Não tive padrinhos muito presentes, e não queria ser uma madrinha ausente. Quando não consigo participar fisicamente, o faço à distância, por telefone e dividindo com a minha irmã matérias que leio relacionadas indiretamente a ele: dicas de lazer nas férias, dicas de viagens para crianças, comportamento infantil, pesquisas sobre as questões dele de saúde… Enfim, procuro sempre me manter informada sobre tudo que possa estar minimamente relacionado ao Mateus.

Sandra Araújo e Mateus se divertem no cinema. Foto: Arquivo pessoal
Sandra Araújo e Mateus se divertem no cinema. Foto: Arquivo pessoal

Sandra conta que o primeiro encontro com Mateus foi amor à primeira vista e desde o início sabia que  teria uma responsabilidade com ele, que não seria tudo somente diversão.

– A chegada dele também fez nascer em mim um instinto protetor que eu nem sabia que tinha. Acho que ser dinda não é só brincar e dar presente, mas é também ensinar, dar limites, repreender, dizer não, educar, enfim, ajudar a formar um ser humano, no real sentido da palavra. E, claro, ser madrinha é dar muito amor e carinho, abraçar muito, apertar as bochechas, fazer cócegas e cafuné pra dormir.

(1) Comentário

  1. Sandra diz:

    AMEEEEI!!!!! 🙂

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